São Nuno

LEITURAS PARA A SANTA COMUNHÃO (É uma boa prática preceder à recepção da santa Comunhão, por um retiro de três dias, seguindo o exemplo de vários santos.) PRIMEIRO DIA (Espírito de retiro) De manhã: LIVRO 3. Capítulo 53. Ao meio-dia: LIVRO 1. Capítulo 20. À tarde: LIVRO 1. Capítulo 21. SEGUNDO DIA De manhã: LIVRO 1. Capítulo 22. (A miséria da vida) LIVRO 1. Capítulo 23. (A morte) Início » Espiritualidade » Imitação » Anexo 3 - Leituras para a santa Comunhão

ORAÇÕES TIRADAS DO LIVRO DA IMITAÇÃO DE CRISTO Orações para antes da leitura espiritual LIVRO 3. Capítulo 11. Para obter a graça da devoção LIVRO 3. Capítulo 3, par. 6 e 7. Orações para implorar o socorro das consolações divinas LIVRO 3. Capítulos 4, 5, par. 1 e 2. (A mesma antes ou depois da comunhão.) Para obter o aumento do amor de Deus em nós LIVRO 3. Capítulo 5, par. 6. Sentimentos de aniquilação na presença de Deus LIVRO 3. Capítulo 8. (Antes da Comunhão.) Oração por uma pessoa que vive em retiro e piedade LIVRO 3. Capítulo 10. Sentimentos profundos de humildade LIVRO 3. Capítulo 14. (Antes ou depois da Comunhão.) Para pedir resignação à vontade de Deus LIVRO 3. Capítulo 15. (A partir da segunda frase do parágrafo 2, até o final, e parte do primeiro.) Sentimentos de resignação LIVRO 3. Capítulo 16 no final; Capítulo 17 par. 2 e 4; Capítulo 18 par. 2. Para pedir paciência LIVRO 3. Capítulo 19, par. 5. Oração por uma pessoa afli

LEITURAS DO LIVRO DA IMITAÇÃO DE CRISTO DIVIDIDAS SEGUNDO AS DIFERENTES NECESSIDADES DOS FIEIS Para os Sacerdotes LIVRO 1. Capítulos 18, 19, 20, 25. LIVRO 2. Capítulos 11, 12. LIVRO 3. Capítulos 3, 10, 31, 56. LIVRO 4. Capítulos 5, 7, 10, 11, 12, 18. (Para a preparação da Missa e da ação de graças, ver Antes e depois da Comunhão , e mais, todos os capítulos indicados Para as pessoas piedosas .) Para os Seminaristas LIVRO 1. Capítulos 17, 18, 19, 20, 21, 25. LIVRO 3. Capítulos 2, 3, 10, 31, 56. LIVRO 4. Capítulos 5, 7, 10, 11, 12, 18. Para aqueles que se dedicam ao estudo, especialmente da filosofia e da teologia LIVRO 1. Capítulos 1, 2, 3, 5. LIVRO 3. Capítulos 2, 43, 44, 48, 58. LIVRO 4. Capítulos 18. Para aqueles que sofrem com a falta de progresso no estudo Livro 3. Capítulos 29, 39, 41, 47. Para os Religiosos e as Religiosas (Os capítulos indicados acima Para os Seminaristas . Os indicados abaixo Para as pessoas piedosas .) Para as pessoa

Cristo: Evita o desejo curioso e inútil de sondares este mistério profundo, se não quiseres mergulhar num abismo de dúvidas. « Aquele que quiser sondar a majestade do Altíssimo, será oprimido pela sua glória » ( Provérbios 25, 27). Deus pode fazer mais do que o ser humano consegue entender. Não se proíbe a busca humilde e piedosa da verdade, contanto que se esteja sempre pronto a deixar-se instruir, e que se apegue fielmente à santa doutrina dos Pais. Feliz a simplicidade que deixa o caminho das questões difíceis, para andar no caminho reto e seguro dos mandamentos de Deus. Muitos perderam a piedade querendo aprofundar aquilo que é impenetrável. O que se exige de ti, é a fé e uma vida pura, não uma inteligência que penetre nas profundezas dos mistérios de Deus. Se tu não compreendes o que está abaixo de ti, como compreenderias o que está acima? Submete-te humildemente a Deus, cativa a tua razão sob o jugo da fé, e receberás a luz da ciência conforme te for útil ou nece

Alma: Senhor, eu desejo receber-vos com um amor piedoso e ardente, com toda a ternura e afeto do meu coração, como vos desejaram, na Comunhão, tantos santos e fiéis que vos foram tão caros por causa das suas vidas puras e da sua fervorosa piedade. Oh meu Deus! Amor eterno, meu único bem, minha felicidade eterna, eu desejo receber-vos com todo o fervor, com todo o respeito com que cada um dos vossos santos sentiu por vós. E apesar de eu ser indigno de sentir esses admiráveis sentimentos de amor, eu ofereço-vos, no entanto, todo o afeto do meu coração, como se eu só estivesse animado por esses desejos inflamados que vos são tão agradáveis. Tudo o que uma alma piedosa pode conceber e desejar, eu vos apresento, eu vos ofereço, com um profundo respeito e um vivo ardor. Não quero reservar nada para mim, mas quero oferecer-vos, sem reservas, o sacrifício de mim próprio, e de tudo o que é meu. Senhor meu Deus, meu Criador e meu Redentor, eu desejo receber-vos hoje com tanto fervor

Alma: Senhor, cheio de ternura e de bondade, que eu desejo receber neste momento com piedoso respeito, vós conheceis a minha enfermidade e as minhas urgentes necessidades; vós sabeis em quantos males e vícios estou imerso, quais são as minhas tristezas, as minhas tentações, as minhas perturbações e as minhas nódoas. Venho até vós em busca do remédio para obter algum alívio e consolo. Falo com Aquele que sabe tudo, que vê tudo o que há de mais secreto dentro de mim, e que é o único que me pode ajudar e consolar perfeitamente. Vós sabeis quais são os bens que me são principalmente necessários, e quão pobre sou em virtude. Aqui estou diante de vós, pobre e nu, pedindo a vossa graça, implorando a vossa misericórdia. Satisfazei este mendigo faminto, aquecei a minha frieza com o fogo do vosso amor, iluminai as minhas trevas com a luz da vossa presença. Transformai para mim todas as coisas da terra em amargura; fazei com que tudo o que é difícil e doloroso para mim fortaleça a m

Cristo: Tu deves desejar ardentemente a graça do fervor, e nunca te cansares de pedir, esperando-a com paciência e confiança, recebendo-a com gratidão, preservando-a com humildade, contribuindo zelosamente para a sua operação e, até que Deus venha até ti, não te inquietares sobre qual o tempo e qual a maneira que lhe agradará visitar-te. Acima de tudo, deves humilhar-te quando sentires pouco ou nenhum fervor dentro de ti; mas não te deixes abater demasiado, nem te afligires em excesso. Muitas vezes, Deus dá num momento aquilo que recusou durante muito tempo; às vezes, concede no final da oração aquilo que não deu no início. Se a graça fosse sempre dada logo que fosse desejada, seria uma tentação para a fraqueza do ser humano. Portanto, deves esperar a graça do fervor com firme confiança e humilde paciência. Quando, no entanto, ela te for negada ou retirada secretamente, atribui isso apenas a ti e aos teus pecados. Muitas vezes, é uma pequena coisa que impede ou enfraquece a

Alma: « Oh! quão grande é, Senhor, a abundância da doçura que vós reservastes para os que vos temem! » ( Salmos 31(30), 19) Quando penso com que desejo e com que amor algumas almas fiéis se aproximam, Senhor, do vosso Sacramento; Então, muitas vezes fico confuso comigo próprio, e enrubesço por me apresentar ao vosso altar e à sagrada mesa da Comunhão, com tanta frieza e secura. De levar para lá um coração tão árido e morno, e de não sentir aquela atração poderosa; E aquele ardor que sentem alguns dos vosso servos que, dispondo-se para vos receber, não conseguem conter as lágrimas, tão grande é o desejo que os pressiona, e tão profunda é a sua emoção! Eles têm sede de vós, ó meu Deus! que sois a fonte da água viva, e os seus corações e as suas bocas abrem-se igualmente para saciar a sua sede. Nada pode saciar ou temperar a sua fome, a não ser o vosso Corpo sagrado, que eles recebem com santa ânsia, e com transportes duma alegria inefável. Oh! como esta fé ardente é uma pr

Alma: Quem me dera, Senhor, encontrar-me a sós convosco, e abrir-vos todo o meu coração, e desfrutar de vós como a minha alma deseja; para que eu não seja mais um objeto de desprezo para ninguém, e que sendo um estranho para todas as criaturas, vós faleis a sós comigo, e eu convosco, como um amigo fala com o seu amigo e se senta com ele à mesma mesa. O que eu peço, o que eu desejo, é estar unido inteiramente a vós, que o meu coração se desprenda de todas as coisas criadas e que, pela santa comunhão e pela frequente celebração dos divinos mistérios, eu aprenda a saborear as coisas do céu e da eternidade. Ah! Senhor meu Deus, quando, completamente esquecido de mim mesmo, estarei perfeitamente unido a vós, e absorvido em vós? Que eu esteja em vós, e vós em mim; e que esta união seja inalterável! Vós sois verdadeiramente o meu bem amado, « escolhido entre mil » ( Cântico 5, 10), em quem a minha alma se deleita, e em quem deseja habitar para sempre. Vós sois o Rei pacífico; em

Cristo: Eu sou amigo da pureza, e é de mim que vem toda a santidade. Eu procuro um coração puro, e aí está o meu lugar de repouso. « Prepara-me uma grande sala bem adornada, e celebrarei a Páscoa na tua casa com os meus discípulos » ( Marcos 14, 15; Lucas 22, 12). Se tu quiseres que eu vá até ti, e que habite em ti, « purifica-te do fermento velho » (1 Coríntios 5, 7), e limpa a casa do teu coração. Afasta dela os pensamentos da sociedade, e o tumulto dos vícios. Como « o pássaro solitário sobre o telhado » ( Salmos 102(101), 7), lembra-te dos teus pecados, na amargura da tua alma. Porque um amigo prepara sempre para o seu amigo o melhor e o mais belo lugar; e é assim que lhe faz saber com que afeição o recebe. Sabe, porém, que tu não consegues, quaisquer que sejam os teus próprios esforços, preparar-te dignamente, mesmo que tu dedicasses um ano inteiro a isso sem cuidares de mais nada. Mas é somente pela minha graça e pela minha bondade que tu tens permissão para

Alma: Senhor Jesus, que delícias inundam a alma fiel admitida à vossa Mesa, onde nenhum outro alimento lhe é apresentado senão a vós próprio, seu único bem-amado, o mais querido de todos os seus desejos! Oh! como seria doce para mim, na vossa presença, derramar lágrimas de amor e regar os vossos pés com as minhas lágrimas como Madalena! Mas onde está essa terna piedade e esse derramamento abundante de lágrimas santas? Certamente, na vossa presença e na dos santos anjos, todo o meu coração deveria abrasar-se e fundir-se de alegria; porque vós estais verdadeiramente presente para mim no vosso Sacramento, embora escondido sob aparências estranhas. Os meus olhos não suportariam o brilho da vossa luz divina, e o mundo inteiro desapareceria diante do esplendor da vossa glória. Portanto, é para poupar a minha fraqueza que vós vos escondeis sob os véus do Sacramento. Eu possuo realmente e adoro Aquele a quem os anjos adoram no céu. Mas ainda só o vejo pela fé, enquanto que eles

Cristo: Tu deves recorrer frequentemente à fonte da graça e da misericórdia divina, à fonte de toda a bondade e toda a pureza, para que possas ser curado das tuas paixões e dos teus vícios, e que, mais forte, mais vigilante, não sejas nem vencido pelos ataques do demónio, nem surpreendido pelos seus artifícios. O inimigo dos seres humanos, sabendo qual é o fruto da sagrada Comunhão, e quão grande é o remédio que as almas piedosas e fiéis encontram nela, esforça-se, em todas as ocasiões e por todos os meios, por mantê-las longe dela, tanto quanto pode. Além disso, é no momento em que se preparam para ela que alguns experimentam os ataques mais vivos de Satanás. Este espírito de malícia, como está escrito no livro de Jó, vem por entre os filhos de Deus para os perturbar com as artimanhas habituais do seu ódio, procurando inspirar-lhes medos excessivos e perplexidades dolorosas, enfraquecer o seu amor, abalar a sua fé, para que renunciem à Comunhão, ou para que só comunguem com ti

Alma: « Senhor, vosso é tudo o que há no céu e na terra » (1 Crónicas 29, 11). Eu também me quero dar a vós numa oferenda voluntária; eu quero ser vosso para sempre. Na simplicidade do meu coração, ofereço-me hoje a vós, meu Deus, para vos servir para sempre, para vos obedecer, para me imolar sem cessar para a vossa glória. Recebei-me com a santa oferenda do vosso precioso Corpo que eu hoje vos ofereço na presença dos anjos que assistem invisivelmente a este sacrifício, e fazei com que ele produza frutos de salvação para mim e para todo o vosso povo. Todas as faltas e todos os crimes que eu cometi diante de vós e diante dos vossos santos anjos, desde o dia em que pude começar a pecar até a este momento, eu os ofereço a vós, Senhor, sobre o vosso altar de propiciação. Para que vós os consumais com o fogo do vosso amor, para que apagueis todas as nódoas com que eles sujaram a minha consciência, e que depois de a purificardes me devolvais a vossa graça, que os meus pecados me

Cristo: Assim como eu me ofereci voluntariamente pelos teus pecados ao meu Pai, de braços estendidos na cruz e de corpo nu, nada reservando e imolando-me inteiramente para apaziguar Deus, assim também tu deves, todos os dias, no sacrifício da Missa, oferecer-te a mim como uma hóstia pura e santa, do mais profundo do teu coração, e com todas as potências da tua alma. Que te peço, senão que te abandones a mim sem reservas? Tudo o que tu me dás, fora de ti, não é nada para mim, porque é a ti que eu quero, e não os teus dons. Assim como tudo o resto não seria suficiente para ti sem mim, assim nenhum dos teus dons me pode agradar a menos que tu te dês a ti próprio. Oferece-te a mim, entrega-te inteiramente a Deus, e a tua oferta será agradável para mim. Eu ofereci-me inteiramente por ti ao meu Pai, dei-te todo o meu Corpo e todo o meu Sangue por alimento, para que seja inteiramente teu, e para que tu sejas para sempre todo meu. Mas se tu estás apegado a ti próprio, e não te ab

Cristo: Acima de tudo, o sacerdote que se preparar para celebrar os santos mistérios, para tocar e receber o corpo de Jesus Cristo, deve aproximar-se deste Sacramento com uma profunda humildade do coração, um respeito suplicante, uma fé plena, e uma piedosa intenção de honrar a Deus. Examina cuidadosamente a tua consciência e, tanto quanto puderes, purifica-a com uma verdadeira contrição e uma humilde confissão; para que, livre do peso das tuas faltas, livre das perturbações e dos remorsos, tu possas livremente vir até mim. Tem uma profunda dor por todos os teus pecados em geral; deplora em particular aqueles que tu cometes todos os dias; e se o tempo te permitir, confessa a Deus no segredo do teu coração todas as misérias que são fruto das tuas paixões. Aflige-te e geme por ainda estares sob o império da carne e do mundo; Tão pouco ocupado em morreres às tuas inclinações; Tão agitado pelos movimentos da concupiscência; Tão pouco recatado na guarda dos teus sentidos; Tã

Alma: Senhor, quando considero a vossa grandeza e a minha baixeza, sou tomado de medo e fico confundido. Porque, se não me aproximo de vós, fujo da vida; e se me aproximo indignamente, irrito a vossa cólera. Que farei então, meu Deus, meu protetor, meu conselheiro em todas as minhas necessidades? Mostrai-me a via certa, ensinai-me algum exercício curto para me preparar para a sagrada Comunhão. Porque para mim é importante saber com que fervor e com que respeito devo preparar o meu coração, para receber com fruto o vosso Sacramento, ou para vos oferecer este grande e divino sacrifício. [ Anterior ] [ Índice ] [ Seguinte ] Início » Espiritualidade » Imitação » 4. Sacramento da Eucaristia » 4.6. Oração do cristão antes da Comunhão

Cristo: Mesmo que tu tivesses a pureza dos anjos e a santidade de São João Batista, não serias digno de receber ou mesmo tocar neste Sacramento. Porque não são os méritos do ser humano que lhe dão o direito de consagrar e de tocar no corpo de Jesus Cristo, e de se alimentar do pão dos anjos. Ó mistério inefável! Ó sublime dignidade dos sacerdotes, aos quais é dado o que não foi concedido aos anjos! Porque só os sacerdotes validamente ordenados na Igreja têm o poder de celebrar e consagrar o corpo de Jesus Cristo. O sacerdote é o ministro de Deus; ele usa a palavra de Deus de acordo com o mandamento e a instituição de Deus. Mas Deus, a cuja vontade tudo está sujeito, a quem tudo obedece quando ele manda, é o principal autor do milagre que se realiza sobre o altar, e é ele quem o opera invisivelmente. Tu deves, portanto, neste augusto Sacramento, acreditar mais na onipotência de Deus do que nos teus próprios sentidos, e no que aparece aos teus olhos. Por isso deves aproxi

Alma: Senhor meu Deus, « favorecei o vosso servo com as vossas dulcíssimas bênçãos » ( Salmos 21(20), 3), para que eu me aproxime dignamente e com fervor do vosso augusto Sacramento. Chamai o meu coração para vós; despertai-me do sono profundo em que definho. « Visitai-me para me salvares » ( Salmos 106(105), 4), para que eu possa saborear interiormente a doçura que está escondida em abundância neste Sacramento, como na sua fonte. Fazei também brilhar a vossa luz nos meus olhos para que eles possam discernir um tão grande mistério, e fortificai a minha fé para que eu creia nele inabalavelmente. Porque ele é obra do vosso amor e não do poder humano, ele é uma instituição sagrada vossa e não uma invenção do ser humano. Ninguém consegue conceber por si próprio maravilhas que estão acima da penetração dos próprios anjos. O que poderia então, eu, indigno pecador, eu, cinzas e pó, descobrir e compreender dum tão sublime mistério? Senhor, com simplicidade no coração, com uma

Alma: Venho a vós, Senhor, para gozar do vosso dom, e saborear a alegria do banquete sagrado « que, na vossa ternura, vós, meu Deus, preparastes para os pobres » ( Salmos 68(67), 10). Em vós está tudo o que eu posso, tudo o que devo desejar; vós sois a minha salvação e a minha redenção, a minha esperança e a minha força, a minha felicidade e a minha glória. « Alegrai » hoje, pois, « a alma do vosso servo, porque levantei o meu espírito a vós » ( Salmos 86(85), 4), Senhor Jesus. Desejo receber-vos agora com um respeito cheio de amor; eu desejo que vós entreis na minha casa para merecer ser abençoado por vós como Zaqueu, e ser contado entre os filhos de Abraão. O vosso corpo, eis o objeto ao qual a minha alma aspira; o meu coração arde por estar unido a vós. Entregai-vos a mim, e este dom me basta. Porque sem vós, nada me consola. Não posso estar sem vós, e não poderia viver se vós não viésseis até mim. Portanto, é necessário que eu me aproxime de vós com frequência,

Alma: Cheio de confiança na vossa bondade e na vossa grande misericórdia, aproximo-me de vós, Senhor; doente, venho ao meu Salvador; consumido pela fome e pela sede, chego à fonte da vida; pobre, venho ao Rei do céu; escravo, venho ao meu Mestre; criatura, venho ter com aquele que me fez; desolado, venho ter com o meu terno consolador. Mas o que há neste miserável que vos leva a vir até ele? O que sou eu para que vós vos deis a mim? Como ousa um pecador aparecer diante de vós? e como vós vos dignais a vir até este pecador? Vós conheceis o vosso servo, e sabeis que não há nada de bom nele que mereça esta graça. Por isso, confesso a minha baixeza, reconheço a vossa bondade, bendigo a vossa misericórdia, e dou graças pela vossa imensa caridade. Pois é por vós, e não pelos meus méritos, que os usais desta forma, para que eu conheça melhor a vossa ternura e que, inflamado por um amor maior, eu aprenda a humilhar-me mais perfeitamente, com o vosso exemplo. E, visto que é assi

Alma: Estas são as vossas palavras, ó Jesus! verdade eterna! apesar delas não terem sido ditas ao mesmo tempo, e de não estarem escritas no mesmo lugar. E porque elas vêm de vós e são verdadeiras, eu devo recebê-las todas com uma fé plena de reconhecimento. Elas são vossas, porque sois vós que as proferistes; mas elas também são minhas porque vós as dissestes para a minha salvação. Eu recebo-as com alegria da vossa boca, para que elas se gravem profundamente no meu coração. Essas palavras, cheias de tanta bondade, de ternura e de amor, animam-me; mas o pensamento dos meus crimes assusta-me, e a minha consciência impura distancia-me dum mistério tão santo. A doçura das vossas palavras atrai-me, mas o peso dos meus pecados detém-me. Vós ordenais que eu vá até vós com confiança, se quero « ter parte convosco » ( João 13, 8), se me quero alimentar com o pão da imortalidade, e se quero obter a vida e a glória eterna. « Vinde a mim », dizeis, « todos os que viveis em trabalh

Cristo: « Vinde a mim, todos os que viveis em trabalhos e estais oprimidos, e eu vos aliviarei » ( Mateus 11, 28). « O pão que eu vos der é a minha carne, para ser a vida do mundo » ( João 6, 52). « Tomai e comei, isto é o meu corpo, que será entregue por amor a vós. Fazei isto em memória de mim » ( Lucas 22, 19; 1 Coríntios 11, 24). « Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele » ( João 6, 57). « As palavras que eu vos disse são espírito e vida » ( João 6, 64). [ Anterior ] [ Índice ] [ Seguinte ] Início » Espiritualidade » Imitação » 4. Sacramento da Eucaristia » 4.0. Exortação à Sagrada Comunhão

LIVRO QUATRO DO SACRAMENTO DA EUCARISTIA Exortação à sagrada Comunhão Com que respeito devemos receber Jesus Como Deus manifesta a sua bondade e o seu amor no Sacramento da Eucaristia Que é útil tomar a Comunhão com frequência Que Deus derrama graças abundantes sobre aqueles que comungam dignamente Da excelência do Sacramento do Altar e da dignidade do Sacerdócio Oração do cristão antes da Comunhão Do exame da consciência e da resolução de se corrigir Do oferecimento de Cristo na Cruz e da renúncia de si próprio Que nos devemos oferecer a Deus com tudo o que é nosso, e rezar por todos Que não nos devemos afastar facilmente da sagrada Comunhão Que o Corpo de Cristo e a Sagrada Escritura são muito necessários para a alma fiel Que nos devemos preparar com muito cuidado para a santa Comunhão Como a alma devota deve desejar com todo o coração unir-se a Jesus Cristo na Comunhão Do desejo ardente que algumas almas santas sentem por receberem o Corpo de Cristo Que a graça d

Alma: Senhor, qual é a minha confiança nesta vida, e o meu maior consolo no meio de tudo o que se oferece aos meus olhos debaixo do céu? Não sois vós, Senhor meu Deus, cuja misericórdia é infinita? Onde estive eu bem sem vós? e convosco onde estive eu mal? Prefiro ser pobre por vossa causa do que rico sem vós. Eu prefiro ser, convosco, um viajante na terra, do que possuir o céu sem vós. Onde vós estais, está o céu; e a morte e o inferno estão onde vós não estais. Vós sois todo o meu desejo; e é por isso que, longe de vós, só posso suspirar, gemer, e rezar. Não posso confiar plenamente a não ser em vós, nem esperar nas minhas necessidades de ajuda a não ser somente em vós, ó meu Deus! Vós sois a minha esperança, a minha confiança, o meu consolador sempre fiel. « Todos buscam os seus próprios interesses » ( Filipenses 2, 21); só vós procurais a minha salvação e o meu progresso, e vós dispondes tudo para o meu bem. Mesmo quando vós me expondes a muitas tentações e d