Mestre Eckhart – Nos seus dias agradou a Deus 2

  1. Ora, um mestre pergunta se a luz divina flui nas potências da alma tão puramente quanto está no ser (da alma), visto que esta tem o seu ser diretamente de Deus, enquanto que as potências fluem diretamente do ser da alma.
  2. A luz divina é demasiado nobre para ter uma comunidade com as potências, porque com tudo o que toca e com tudo o que é tocado, Deus é distante e estrangeiro.
  3. E é porque as potências são tocadas, e tocam, que elas perdem a sua virgindade.
  4. A luz divina não pode brilhar nelas; no entanto, por meio do exercício e do desprendimento, elas podem tornar-se receptivas.
  5. A propósito disso, um outro mestre diz que uma luz é dada às potências, semelhantes à luz interior.
  6. Ela parece-se com a luz interior, mas não é a luz interior.
  7. Ora, por esta luz, uma impressão chega às potências que as torna receptivas à luz interior.
  8. Um outro mestre diz que todas as potências da alma, que operam no corpo, morrem com o corpo, exceto o conhecimento e a vontade: só elas permanecem na alma.
  9. Se as potências que operam na alma morrem, elas permanecem no entanto na sua raiz.
[ Anterior ] [ Índice ] [ Seguinte ]

Início » Espiritualidade » Mestre Eckhart » Nos seus dias agradou a Deus 2