Mestre Eckhart – O amor de Deus manifestou-se por nós 7

  1. Onde termina a criatura, Deus começa a ser.
  2. Ora Deus não exige mais nada de ti a não ser que tu saias de ti próprio, segundo o teu modo de ser de criatura, e que tu deixes Deus ser Deus em ti.
  3. A mínima imagem criada que se forma em ti é tão grande quanto Deus é grande.
  4. Porquê? Porque ela é para ti um obstáculo a um Deus total.
  5. Precisamente lá onde a imagem entra, Deus deve afastar-se, e toda a sua Divindade.
  6. Mas quando essa imagem sai, Deus entra.
  7. Deus deseja tanto que tu saias de ti próprio, segundo o teu modo de criatura, como se toda a sua beatitude dependesse disso.
  8. Pois bem! caro ser humano, qual é o teu preconceito quando tu concedes a Deus de ser Deus em ti?
  9. Sai totalmente de ti próprio, por Deus, e Deus sairá totalmente dele próprio, por ti.
  10. Quando ambos saírem de vocês próprios, aquilo que fica é o Um, na sua simplicidade.
  11. Dentro desse Um, o Pai engendra o seu Filho na sua fonte mais íntima.
  12. Lá se expande o Espírito Santo e lá jorra em Deus uma vontade que pertence à alma.
  13. Todo o tempo que a vontade não é tocada por todas as criaturas e por todo o criado, a vontade é livre.
  14. Cristo diz: «Nada vai para o céu que não tenha vindo do céu.»
  15. Todas as coisas são criadas a partir do nada, é por isso que a verdadeira origem delas é o nada, e na medida em que essa nobre vontade se inclina em direção às criaturas, ela escorre com as criaturas em direção ao nada delas.
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