Mestre Eckhart – Vi sobre o Monte Sião 6
- Um mestre pagão considera as criaturas como sendo semelhantes a Deus.
- A Escritura diz que nós devemos tornar-nos semelhantes a Deus.
- «Semelhantes» é mau e enganador.
- Se me torno semelhante a um homem, e se eu encontro um homem que é semelhante a mim, esse homem comporta-se como se fosse eu, ele não o é, e ele engana.
- Mais do que uma coisa, se parece com uma outra coisa; ela mente, e não é a outra coisa.
- Da mesma forma, todas as coisas são dadas como sendo semelhantes a Deus, e elas todas mentem, porque elas não são semelhantes a ele.
- A Escritura diz que nós devemos ser semelhantes a Deus.
- Ora, um mestre pagão, que chegou a esse pensamento pelos seus conhecimentos naturais, diz que Deus consegue tolerar tão pouco a semelhança quanto pouco consegue tolerar o não ser Deus.
- «Semelhança» é qualquer coisa que não está em Deus; há uma unidade na Divindade e na eternidade; para além disso: a semelhança não é o Um.
- Se eu fosse o um, eu não seria semelhante.
- A unidade não contém nada de estrangeiro.
- Há, para mim, unidade na eternidade, não semelhança.1
Notas
- O desenvolvimento que se segue não apresenta nenhuma ambiguidade: não é semelhança que pode existir entre Deus e o ser humano, mas imagem e similitude, por um lado, identidade e unidade, por outro lado, o que evidentemente reteve a crítica dos juízes. Eckhart respondeu citando Santo Agostinho, Séneca e Cícero. [ ↑ ]
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