Mestre Eckhart – Vi a Cidade Santa, uma Nova Jerusalém 1
Sermão 57 - Vi a Cidade Santa, uma Nova Jerusalém
- Vi a Cidade Santa, uma Nova Jerusalém, descer do céu, desde junto de Deus. (Ap 21, 2) 1
- São João viu «uma cidade».
- Uma «cidade» designa duas coisas: uma, é que ela é fortificada, tão bem que ninguém a pode prejudicar, a outra, é a união entre os habitantes.
- Esta cidade não tinha casa de oração, Deus ele próprio era o templo.
- Lá não é precisa a luz do sol nem da lua: a claridade de Nosso Senhor ilumina-a. 2
- Esta «cidade» designa a tua alma espiritual, como diz São Paulo: a alma é um templo de Deus; ela é tão forte, diz Santo Agostinho, que ninguém a pode prejudicar, a não ser que ela se prejudique a si própria por malícia. 3
Notas
- Este texto é lido na epístola da festa da Dedicação.
Reconhece-se, no estilo deste sermão, elementos especificamente eckhartianos que testemunham da sua autenticidade: antíteses, hipérboles, paralelos, comparações e exemplos numerosos.
Reconhecemos aqui sobretudo citações escolhidas entre os autores favoritos do Mestre e a repetição, senão desenvolvimento, de alguns dos seus temas. [ ↑ ] - Segundo o texto de São João, a alma é uma cidade: ela é fortificada, ninguém a pode prejudicar, os seus habitantes estão unidos. Ela não tem casa de oração: Deus ele próprio é o seu templo e Nosso Senhor a sua luz. [ ↑ ]
- Eckhart tinha-nos dito, no sermão 18, Jovem, digo-te: levanta-te..., «esta cidade é a alma... una e bem fortificada na salvação por Jesus, rodeada de muros e envolvida pela luz divina.»
Para falar dela, ele cita aqui São Paulo – a alma é um templo de Deus – e Santo Agostinho: «Ninguém a pode prejudicar, a menos a que ela se prejudique a ela própria por malícia.» [ ↑ ]
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