Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 28
- Mas se tu me perguntas quando eles deverão trabalhar nesta obra, então eu te respondo e te digo: que não seja antes que eles tenham purificado a consciência deles de todos os atos de pecado previamente cometidos, segundo a habitual ordenança da santa Igreja.
- Porque nesta obra, a alma põe a seco nela própria as raízes e o fundamento do pecado que sempre lá ficam depois da confissão, e (como) nunca tão vivazes. E é por isso que quem quer trabalhar nesta obra, que ele purifique primeiro a sua consciência; depois em seguida, tendo-o feito, tudo segundo as regras, que ele se prepare a isso e se disponha intrepidamente, mas com humildade. E que ele considere quanto tempo ele esteve mantido afastado! Porque é essa a própria obra à qual uma alma deveria trabalhar durante toda a sua vida, se ela nunca tivesse pecado mortalmente. E durante todos os instantes que uma alma tiver permanecido nesta carne caduca, sempre mais ela verá e sentirá entre ela e o seu Deus o estorvo dessa "nuvem de desconhecimento". E não apenas isso, mas ainda por pena do pecado original, sempre ela sentirá e verá qualquer uma de todas as criaturas que alguma vez fez Deus, ou qualquer uma das obras dessas mesmas criaturas, vir ainda em insistente recordação se meter entre ela e o seu Deus.
- E tal é a justa sabedoria de Deus, que o ser humano, – o qual tinha soberania e senhoria sobre todas as outras criaturas – por se ter deliberadamente metido ele próprio debaixo e tornado inferior às atividades dos seus próprios sujeitos, abandonando o mandamento de Deus e seu Criador: quando presentemente ele quer realizar o mandamento de Deus, imediatamente ele vê e sente todas as criaturas que deveriam estar debaixo dele, orgulhosamente se apressarem acima dele, e entre ele e o seu Deus.
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