Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 28



Que um ser humano não poderá pretender trabalhar nesta obra antes de ser legitimamente na sua consciência purificado, em todas as suas ações particulares, do pecado.
  1. Mas se tu me perguntas quando eles deverão trabalhar nesta obra, então eu te respondo e te digo: que não seja antes que eles tenham purificado a consciência deles de todos os atos de pecado previamente cometidos, segundo a habitual ordenança da santa Igreja.
  2. Porque nesta obra, a alma põe a seco nela própria as raízes e o fundamento do pecado que sempre lá ficam depois da confissão, e (como) nunca tão vivazes. E é por isso que quem quer trabalhar nesta obra, que ele purifique primeiro a sua consciência; depois em seguida, tendo-o feito, tudo segundo as regras, que ele se prepare a isso e se disponha intrepidamente, mas com humildade. E que ele considere quanto tempo ele esteve mantido afastado! Porque é essa a própria obra à qual uma alma deveria trabalhar durante toda a sua vida, se ela nunca tivesse pecado mortalmente. E durante todos os instantes que uma alma tiver permanecido nesta carne caduca, sempre mais ela verá e sentirá entre ela e o seu Deus o estorvo dessa "nuvem de desconhecimento". E não apenas isso, mas ainda por pena do pecado original, sempre ela sentirá e verá qualquer uma de todas as criaturas que alguma vez fez Deus, ou qualquer uma das obras dessas mesmas criaturas, vir ainda em insistente recordação se meter entre ela e o seu Deus.
  3. E tal é a justa sabedoria de Deus, que o ser humano, – o qual tinha soberania e senhoria sobre todas as outras criaturas – por se ter deliberadamente metido ele próprio debaixo e tornado inferior às atividades dos seus próprios sujeitos, abandonando o mandamento de Deus e seu Criador: quando presentemente ele quer realizar o mandamento de Deus, imediatamente ele vê e sente todas as criaturas que deveriam estar debaixo dele, orgulhosamente se apressarem acima dele, e entre ele e o seu Deus.


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