Livro da Vida Perfeita – Não ter nada de próprio


  1. Se não existisse vontade própria, não haveria nada de próprio.
  2. No Reino celeste, não há nada de próprio. É por isso que lá reside o contentamento, a verdadeira paz e a felicidade.
  3. Se existisse lá alguém que atribuísse a si alguma coisa de próprio, seria preciso que ele saísse do céu e caísse no inferno: seria preciso que ele se tornasse num diabo.
  4. No inferno, inversamente, cada um quer ter a sua própria vontade. É por isso que tudo lá é infelicidade e perdição. Passa-se o mesmo no mundo.
  5. Mas se existisse alguém no inferno que não tivesse vontade própria e não tivesse nada de próprio, ele sairia imediatamente do inferno e passaria para o Reino celeste.
  6. O ser humano está, neste mundo, entre o Reino celeste e o inferno. Ele pode voltar-se para um ou para o outro.
  7. Quanto mais ele possui de próprio, mais ele se encontra no inferno e na perdição. E quanto menos ele tem de vontade própria, menos ele está no inferno e mais ele está próximo do Reino celeste.
  8. Se o ser humano pudesse estar neste mundo completamente desprovido de vontade própria e de qualquer apropriação, se ele pudesse ser desprendido e livre por (intermédio de) uma verdadeira luz divina, e se ele pudesse permanecer essencialmente assim, ele teria a garantia de atingir o Reino celeste.
  9. Aquele que tem – ou quer ou gostaria ter – qualquer coisa de próprio, esse torna-se ele próprio na propriedade.
  10. Aquele que não tem – ou não quer ou não deseja ter – qualquer coisa de próprio, esse está desprendido e livre. Ele não é a propriedade de ninguém.

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