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Imitação de Cristo - 1.3. Da doutrina da verdade

Feliz aquele a quem a verdade se manifesta tal qual ela é, e não por figuras e palavras efémeras, mas tal como ela é em si própria. A nossa opinião e os nossos juízos pouco alcançam e muitas vezes nos enganam. Para que serve saber especular sobre questões misteriosas e obscuras, de cuja ignorância não seremos repreendidos no dia do juízo? Grande loucura é desprezarmos as coisas importantes e necessárias, e apaixonarmo-nos pelas curiosas e nocivas. « Temos olhos e não vemos » ( Salmos 115 (113b), 5). Que se nos dá dos Géneros e das Espécies dos Escolásticos? Aquele, a quem o « Verbo eterno » fala interiormente, não se preocupa com as opiniões desencontradas dos homens. Todas as coisas procedem e dão testemunho desse Verbo único, e é esse o « Princípio que também nos fala » ( João 8, 25). Sem Ele, ninguém entende nem julga com retidão. Aquele que encontra tudo nesse Único, e refere tudo a Ele, e n'Ele vê tudo, terá o coração firme e permanecerá em paz com Deus.

Livro da Vida Perfeita - A criatura

« Quando vier o Perfeito, o parcial será desprezado » (cf. 1 Co 13, 10). Mas quando é que Ele virá? Quando Ele for conhecido, provado e saboreado dentro da alma, tanto quanto isso seja possível. « Visto que o Perfeito é inconhecível e incompreensível a todas as criaturas , perguntarão, e visto que a alma é apenas criatura, como é que Ele pode ser conhecido dentro da alma? » Foi por isso mesmo que se disse: «enquanto que criatura». Enquanto que criada e produzida, enquanto que eu e amor próprio, a criatura não pode conhecer o Perfeito. Para O conhecer, é preciso que seja primeiro perdido e anulado dentro da criatura tudo o que é criado e produzido, tudo o que é eu e amor próprio. Este é o sentido da expressão de São Paulo: « Quando vier o Perfeito ». Quando ele for conhecido, então o «parcial» - tudo o que é criado e produzido, tudo o que é eu e amor próprio - será desprezado e tido por nada. Enquanto nos prendermos e agarrarmos a essa «qualquer coisa», o «Perfeito» perm

Imitação de Cristo - 1.2. Do humilde conceito que devemos ter de nós próprios

Todo o ser humano tem o desejo natural de saber; mas para que serve a ciência sem o temor de Deus? Por certo, melhor é o camponês humilde que serve a Deus do que o filósofo soberbo que estuda o movimento dos astros mas descuida a sua alma. Quem se conhece perfeitamente tem-se por vil e não se compraz nos louvores humanos. « Se eu soubesse todas as coisas do mundo e não estivesse em graça, de que me serviria tudo isso diante de Deus, que me há de julgar segundo as minhas obras » (1 Coríntios 13, 2)? Não te deixes dominar pelo desejo desordenado de saber, porque nele há muita dissipação e engano. Os letrados gostam de ser vistos e tidos por sábios. Há muitas coisas que pouco ou nada aproveitam à alma saber. E muito insensato é quem se ocupa de tudo, menos do que pode ser útil à sua salvação. Muitas palavras não satisfazem a alma, porém, uma palavra boa refrigera o espírito, e a consciência pura dá grande confiança em Deus. Quanto mais e melhor souberes, com tanto maio

Livro da Vida Perfeita - O Perfeito

« Quando vier o Perfeito , disse são Paulo, o que é imperfeito e parcial será abolido » (1 Co 13, 10). Observa bem isso: o que é o «Perfeito»? E o que é o «parcial»? O «Perfeito» é um ser que compreende e encerra tudo n'Ele próprio e na sua essência. Não há ser verdadeiro fora d'Ele, não há ser verdadeiro sem Ele. N'Ele todas as coisas têm o seu ser. Porque Ele é o ser de todas as coisas: imutável e imóvel n'Ele próprio, Ele é quem move e modifica todas as coisas. O «parcial» - ou imperfeito - é o que surge, ou surgiu, do Perfeito. Tal como uma claridade ou um clarão emana do sol ou duma fonte luminosa: parece ser qualquer coisa - isto ou aquilo - e chama-se-lhe «criatura». De todas essas coisas parciais, nenhuma é o Perfeito, e o Perfeito não é nenhuma de entre elas. O «parcial» é compreensível, conhecível e exprimível. O «Perfeito» é incompreensível, inconhecível e inexprimível a todas as criaturas enquanto que tais. É por isso que o Perfeito é cha

Livro da Vida Perfeita - Oração inicial

Deus todo poderoso e eterno escreveu este pequeno livro por intermédio de um homem sábio, racional, justo e sincero, seu amigo, que foi durante algum tempo cavaleiro teutónico, padre e custódio, no mosteiro dos cavaleiros teutónicos de Francoforte. Ensina-nos muitas doutrinas preciosas da Verdade divina, e particularmente como é que se podem reconhecer os verdadeiros e justos amigos de Deus, assim como os espíritos extraviados e falsamente livres que são tão prejudiciais à santa Igreja. [ ◊ ] [ Índice ] [ Seguinte ] Início » Espiritualidade » Vida Perfeita » Oração inicial

Livro da Vida Perfeita

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Oração inicial Introdução 1. Amar o melhor 2. Os três caminhos 3. As duas luzes 4. A vontade eterna Conclusão Oração final Início » Espiritualidade » Livro da Vida Perfeita

Imitação de Cristo - 1.1. Da Imitação de Cristo e do desprezo de todas as vaidades do mundo

« Quem me segue não anda nas trevas » ( João 8, 12), diz o Senhor. Com estas palavras, Cristo exorta-nos a imitar o exemplo da sua vida, se queremos verdadeiramente ser iluminados e livres de toda a cegueira do coração. Seja, pois, a vida de Cristo o objeto principal do nosso estudo. A doutrina de Cristo excede em muito os ensinamentos de todos os santos, e quem tiver o seu espírito nela encontrará grande suavidade. É por falta desse espírito que muitos, ainda que ouçam com frequência o Evangelho, não lhe tomam o gosto. Para entender bem e apreciar as palavras de Cristo, é preciso conformar toda a nossa vida com a vida dele. De que te serve a ti saber falar sobre o mistério da Santíssima Trindade, se não és humilde e desagradas por isso a essa mesma Trindade? Não são as palavras elevadas que fazem o ser humano santo e justo, mas é a vida virtuosa que nos torna agradáveis a Deus. Eu antes quero sentir a contrição dentro da minha alma que saber explicar em que é que iss

Imitação de Cristo

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Conselhos úteis para a vida espiritual Exortações à vida interior Da vida interior Do sacramento da Eucaristia Anexos Leituras do livro da Imitação divididas segundo as diferentes necessidades dos fieis Orações tiradas do livro da Imitação de Cristo Leituras para a santa Comunhão Início » Espiritualidade » Imitação de Cristo

Espiritualidade da Época

Demanda do Santo Graal Foi composta em Portugal cerca de 1230-1240, integra elementos de proveniência diversa tais como o tema do Graal, a lenda de Artur, os amores de Lancelot e Guenièvre e a história de Tristão e Palamedes, articulados entre si no sentido de formar um conjunto unificado e totalizante. Mestre Eckhart Eckhart de Hochheim O.P. (Tambach, Turíngia, 1260 – Colónia, 1328), foi um frade dominicano, conhecido pela sua obra como teólogo e filósofo, e como o primeiro dos místicos renanos. Livro da Vida Perfeita [COMPLETO] Escrito pelo Mestre de Francoforte, autor anónimo, cerca de 1350. Nuvem de Desconhecimento [COMPLETO] Escrito por um monge inglês anónimo cerca de 1375. Imitação de Cristo Escrito por Gerardo Groote (cerca de 1380) e Tomás Kempis (cerca de 1423-1427). Início » Espiritualidade

Cronologia da Época

300-500 - Pais do Deserto afastam-se da civilização do seu tempo e vivem como anacoretas e cenobitas nos desertos do Egito, principalmente em Scete, Nitria e na colónia dita das Células. 305 - S. António do Egito, depois de vinte anos de vida solitária no deserto, fundou uma comunidade religiosa. 386 - S. Benedito determinou as leis monásticas e fundou um mosteiro no Monte Cassino em Itália. Scholástica, sua irmã, torna-se responsável por uma comunidade de freiras vizinhas ao mosteiro. 476 - Início da Idade Média com a deposição do último imperador romano do Ocidente. 910 - Abadia de Cluny foi fundada em França. Os cluniacenses (Monges Negros de S. Benedito) pretendiam seguir estritamente a Regra de S. Benedito, dando ênfase especial às orações. 1041 - O Concílio de Nice estabeleceu as leis da guerra, as Tréguas de Deus . 1084 - S. Bruno fundou o primeiro mosteiro Cartusiano em Chartreuse, região montanhosa de França. Os monges viviam como ermitães, cada um na sua

Apresentação

O Galaaz do Carmelo «A dicotomia do culto alvarino apresenta-se constante, revestida de cariz místico, como se uma das faces necessitasse da outra e vice-versa. A lenda acentuou o conteúdo mítico e recriou o homem de armas no homem de alma. " Sem largar as contas da mão, levaria na outra a espada, guardada para servir nos desempenhos da Honra de Deus, sem que parecesse novidade cingi-la sob o hábito, porque o grande Elias, de quem era filho, lhe deixara este exemplo ". É quanto se diz acerca do episódio da cruzada a Ceuta. Outros episódios se contam, dos quais se tende a extrair mais valia a favor do guerreiro. O túmulo erguido ao fundador na capela-mor no Convento do Carmo, ao lado do túmulo de sua mãe, D. Eiria Gonçalves, compendia a paridade do varão ilustre. De um lado, na face principal, a alegoria do monge, do outro, o guerreiro, " vivo, mancebo, coroado de flores, vestido de armas brancas, com cota de malha, cruz de seu brasão, manoplas, gravas e espaldar,