Livro da Vida Perfeita – O Paraíso


  1. «O que é então o Paraíso?»
  2. É tudo aquilo que existe aqui. Porque tudo o que existe, é bom e agradável.
  3. Tudo o que existe é agradável a Deus. É por isso que se chama – e é verdadeiramente – um Paraíso.
  4. Diz-se também que o Paraíso é um posto avançado ou uma periferia do Reino celeste.
  5. Assim tudo aquilo que existe aqui, é verdadeiramente uma periferia da eternidade ou daquilo que é eterno.
  6. E particularmente aquilo que se pode observar e conhecer de Deus e da eternidade no tempo e nas coisas temporais, nas criaturas e entre as criaturas.
  7. Porque as criaturas são uma via e uma baliza em direção a Deus e em direção à eternidade.
  8. Assim tudo isto é um posto avançado e uma periferia da eternidade.
  9. É por isso que se pode chamar-lhe – e é verdadeiramente – um Paraíso.
  10. Tudo o que está dentro deste Paraíso é permitido: tudo, com exceção de uma árvore e do seu fruto.
  11. Isto significa que, em tudo o que existe, nada é interdito, nada é contra Deus, nada exceto uma coisa: a vontade própria – quer dizer, querer diferente da vontade eterna.
  12. Tem bastante atenção ao que Deus disse a Adão:
  13. «O que tu és, o que tu fazes ou não fazes, nada disso te é proibido. Tudo te é permitido se é feito por e segundo a minha vontade, e não por e segundo a tua vontade. Mas o que é feito pela tua vontade é contra a vontade eterna.»
  14. Não que todas as ações assim realizadas sejam contra a vontade eterna, mas elas são realizadas por outra vontade – ou de outra forma – diferente da vontade eterna.

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