Livro da Vida Perfeita – Tudo o que existe é bom
- «Se devemos amar todas as coisas, dirão, é preciso portanto amar também o pecado?»
- Não!
- Quando se diz «todas as coisas», entende-se «tudo o que é bom».
- Tudo o que existe, é bom enquanto o é. O próprio diabo é bom enquanto ele o é.
- Neste sentido, não existe nada que seja mau, nada que não seja bom.
- O pecado é de querer, desejar ou amar diferente de Deus. Esse querer não é um «ser»: é por isso que ele não é bom.
- Todas as coisas só são boas enquanto elas estão em Deus ou com Deus.
- Ora todas as coisas estão essencialmente em Deus, e mais essencialmente em Deus que nelas próprias. É por isso que todas as coisas são essencialmente boas.
- Se existisse qualquer coisa que não estivesse essencialmente em Deus, ela não seria boa.
- Vê: querer e desejar o que é contra Deus, isso não pode estar em Deus. Porque Deus não pode querer e desejar contra Deus e diferente de Deus.
- Querer e desejar desse modo é portanto mau – ou não é bom – ou não é mesmo nada.
- Deus ama as ações, mas não as ama todas.
- Então quais são as que Deus ama? Aquelas que são produzidas pelo ensino e as instruções da verdadeira luz e pelo verdadeiro amor.
- O que é produzido nessa e por essa luz e esse amor é produzido no espírito e na verdade: isto é de Deus e segundo o seu prazer.
- Mas o que é produzido pela falsa luz e o falso amor, tudo isso é mau. Muito em particular, o que é produzido – feito ou deixado, realizado ou acolhido – por uma outra vontade, um outro desejo, um outro amor que não seja a vontade e o amor de Deus, isso é contra Deus e produz-se sem Deus.
- Isso é contra a ação de Deus: isso é o pecado.
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