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Nuvem de Desconhecimento – Índice Analítico

Amor: 2 , 7 , 20 , 22 , 23 , 50 Caridade: 24 Contemplação: 16 , 17 , 22 , 71 , 72 , 73 , 75 Corpo e Alma: 48 , 49 , 50 , 51 , 52 , 54 , 57 , 58 , 59 , 60 , 61 , 62 , 68 , 70 Discrição: 41 , 42 Erros e Ilusões: 45 , 46 , 53 , 55 , 56 , 57 , 58 , 59 , 72 , 74 Espírito natural: 7 , 8 , 56 Graus da vida do cristão: 1 Humildade: 2 , 7 , 13 , 14 , 15 , 32 Imaginação: 4 , 65 Lectio Divina ou Leitura Orante: 35 , 36 , 37 , 38 , 39 Meditação: 35 , 36 Nuvem de Desconhecimento: 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 16 , 21 , 26 , 32 Nuvem de Esquecimento: 5 , 6 , 7 , 8 , 26 , 43 Obscuridade: 3 , 4 Oração: 35 , 37 , 38 , 39 Pecado mortal e venial: 10 , 11 , 12 , 28 , 30 , 31 , 33 Potências principais da alma: Memória , Razão e Vontade Potências secundárias da alma: Imaginação e Sensibilidade Pureza: 47 Santificação: 67 Sofrimento: 26 , 29 , 33 , 44 , 69 Vias: 34 , 35 , 60 Vida ativa e vida contemplativa: 8 , 17 , 18 , 19 , 20 , 21 , 23 , 27 Virtude: 40 , 40 [ Anterior ] [ Índ

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 75

De alguns sinais seguros, os quais um ser humano pode sentir, se ele for chamado por Deus para trabalhar nesta obra. Todos aqueles que lêem, ou ouvem ler, ou ainda falar, da matéria deste livro, e que a quando dessa leitura ou audição pensam que é uma coisa boa, e que lhes assenta: eles não são por isso chamados por Deus para trabalharem nesta obra, devido apenas a esse movimento de complacência sentido neles próprios durante o tempo e o momento da leitura. Porque pode muito bem acontecer que da curiosidade da inteligência natural lhes tenha vindo esse movimento, bem mais do que de algum chamamento da graça (de Deus). Mas se eles querem sentir de onde vem esse movimento, eles podem-no como se segue, se eles quiserem. E primeiro, que eles vejam se eles fizeram tudo o que estava neles previamente, a fim de se tornarem capazes duma purificação das suas almas perante o julgamento da santa Igreja e de acordo com o diretor espiritual deles. Se acontecer assim, tanto melhor; mas se e

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 74

Como é que o conteúdo deste livro, nunca o lerá ou ouvirá ler, nem falará ou ouvirá falar, uma alma disposta a esta obra, sem sentir um verdadeiro sentimento da sua conveniência e da sua eficácia; e a reiteração da admoestação escrita no prólogo. E se tu pensas que esta maneira de trabalhar não está de acordo com as tuas disposições, tanto do corpo quanto da alma, então tu podes abandoná-la e tomar outra, com toda a segurança com o conselho de um diretor bom e espiritual, e sem censura. E eu peço-te que me desculpes, porque verdadeiramente eu desejava trazer-te qualquer proveito com este escrito da minha ciência; e tal era a minha intenção. Mas lê-o bem duas vezes ou três vezes completamente, e mesmo ainda mais vezes seria melhor, e melhor tu saberias compreender a coisa. De tal modo que, talvez, qualquer frase que te ficasse fechada na primeira ou segunda leitura, rapidamente depois tu a considerarias fácil. Verdadeiramente, sim! parece-me impossível crer que uma alma tendo d

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 73

Como, à imagem de Moisés, de Besaliel e de Aarão que se ocuparam da Arca do Testamento, nós temos três maneiras de perfeição nesta graça da contemplação, a qual graça é figurada por essa Arca. Três homens foram os mais importantes daqueles que se ocuparam dessa Arca do Antigo Testamento: Moisés, Besaliel e Aarão. Moisés aprendeu de nosso Senhor sobre a montanha como ela devia ser feita. Besaliel realizou-a e colocou-a no interior do Véu, segundo o exemplo que tinha sido mostrado na montanha. E a Aarão competiu guardá-la no Templo, vendo-a e tocando-lhe tão frequentemente quanto lhe agradava. À semelhança desses três, nós temos três maneiras de perfeição nesta graça da contemplação. Por vezes, nós aí temos perfeição apenas pela graça, e então nós somos à imagem de Moisés, o qual, por toda aquela ascensão e aquele penoso trabalho que ele tinha tido sobre a montanha, só a podia ver raramente: e mesmo essa visão, ele só a tinha quando agradava a nosso Senhor mostrar-lha, e não que

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 72

Que um operário nesta obra não deve nem julgar nem pensar do trabalho dum outro nesta obra, segundo o seu próprio sentimento interior. Vê! Com isto tu podes compreender que aquele a quem é dado de não ver e sentir a perfeição desta obra senão por um longo trabalho, e ainda (por cima) raramente, esse pode facilmente cair no erro se ele fala, pensa e julga os outros segundo aquilo que ele conhece por si próprio, decidindo que outro não consegue lá chegar senão raramente e não sem um grande trabalho. E igualmente estará no erro aquele que a pode ter quando ele a quer, se ele julga os outros segundo si próprio, dizendo que os outros a podem ter quando eles querem. Não! deixa isso: seguramente não é assim que se deve proceder. Porque talvez bem, quando e se agrada a Deus, aqueles que não a conseguem atingir imediatamente e que só a têm raramente, depois de um longo trabalho, esses mais tarde lá chegarão quando eles quiserem, e tão frequentemente quanto lhes agradar. E o exemplo disto

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 71

Que certos não conseguiriam chegar a ter a experiência da perfeição desta obra senão num tempo de êxtase, e que outros a podem ter quando eles querem no estado comum da alma humana. Certos, consideram esta matéria tão árdua e perigosa, que eles afirmam que não se pode chegar a ela senão com um trabalho prévio enormemente enérgico, e mesmo assim só raramente, e só num tempo de êxtase. E a esses seres humanos eu quero responder, tanto quanto pode a minha fraqueza, e dizer: que tudo é segundo a ordenança e disposição de Deus, e também segundo a aptidão e a capacidade da alma à qual é dada esta graça da contemplação e da obra espiritual. Porque há certos que não conseguem lá chegar sem longos e numerosos exercícios espirituais, e mesmo assim só raramente eles terão a experiência da perfeição desta obra, e sob um apelo muito particular de nosso Senhor: o qual é denominado êxtase. Mas há outros, os quais são tã

Nuvem de Desconhecimento – Capítulos 70 a 75

Que pela ultrapassagem e a cessação dos nossos sentidos corporais, nós começamos a chegar mais rapidamente ao conhecimento das coisas espirituais; como pela ultrapassagem e a cessação dos nossos sentidos espirituais, nós começamos a chegar mais rapidamente ao conhecimento de Deus, tanto quanto é possível, pela graça, aqui em baixo Que certos não conseguiriam chegar a ter a experiência da perfeição desta obra senão num tempo de êxtase, e que outros a podem ter quando eles querem no estado comum da alma humana Que um operário nesta obra não deve nem julgar nem pensar do trabalho dum outro nesta obra, segundo o seu próprio sentimento interior Como, à imagem de Moisés, de Besaliel e de Aarão que se ocuparam da Arca do Testamento, nós temos três maneiras de perfeição nesta graça da contemplação, a qual graça é figurada por essa Arca Como é que o conteúdo deste livro, nunca o lerá ou ouvirá ler, nem falará ou ouvirá falar, uma alma disposta a esta obra, sem sentir um verdadeiro sentim

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 70

Que pela ultrapassagem e a cessação dos nossos sentidos corporais, nós começamos a chegar mais rapidamente ao conhecimento das coisas espirituais; como pela ultrapassagem e a cessação dos nossos sentidos espirituais, nós começamos a chegar mais rapidamente ao conhecimento de Deus, tanto quanto é possível, pela graça, aqui em baixo. E é por isso que tu deves trabalhar firmemente nesse "nada" e nessa "parte nenhuma", e deixar os teus sentidos corporais do lado de fora e tudo aquilo que eles fazem: porque eu digo-te verdadeiramente, esta obra não pode e não poderia ser concebida por eles. Porque pelos teus olhos, tu não fazes ideia de uma coisa, senão que ela é larga ou comprida, grande ou pequena, redonda ou quadrada, distante ou próxima, e que ela tem tal cor. E pelas tuas orelhas, nada senão o barulho ou qualquer tipo de som. Pelo teu nariz, nada senão o fedor ou o perfume. E pelo gosto, nada senão o azedume ou a doçura, o amargor ou a insipidez, a aprovaçã

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 69

Como é que a afeição de um ser humano é maravilhosamente mudada em sentimento espiritual nesse nada, quando ele é concebido em parte nenhuma. Prodigiosamente é metamorfoseada a afeição humana em sentimento espiritual por esse "nada" quando ele é concebido em "parte nenhuma". Porque no primeiro instante que uma alma olha para lá, ela aí encontrará e verá todos os atos pecaminosos particulares que ela cometeu desde o nascimento, do corpo e do espírito, representados obscuramente ou secretamente. E para onde quer que ela se volte em roda, sempre ela os verá diante dos seus olhos: até que o tempo venha, em que, com muito duro e penoso trabalho, e muitos suspiros cruéis, e muitas lágrimas amargas, ela se veja em grande parte lavada neles. Por vezes parecer-lhe-á, durante esse trabalho, que está a olhar para lá como para o inferno, de tal forma lhe parecerá que ela desespera de alguma vez triunfar sobre essa pena, na perfeição do perfeito repouso espiritual. Até a

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 68

Que corporalmente em nenhuma parte, é em toda a parte espiritualmente; e como o ser humano do exterior chama nada à obra que diz este livro. E da mesma maneira, se qualquer outro ser humano te dissesse para recolheres completamente em ti próprio as tuas faculdades e os teus sentidos, e assim adorar Deus – apesar daquilo que ele diz ser perfeitamente bem e completamente verdade, ah! e ninguém diria maior verdade, por pouco que isso seja bem concebido – no entanto, por temor das ilusões e dos erros, e que essas palavras sejam entendidas corporalmente, eu não te pedi para tu o fizesses. Tem atenção para não estares de forma nenhuma dentro de ti próprio. Muito rapidamente eu te direi, e resumidamente: não é que eu queira que tu estejas fora de ti próprio, nem por baixo, nem atrás, nem dum lado, nem do outro. «Mas então onde, perguntas tu, é preciso que eu esteja? Em nenhuma parte, segundo parece!» Mas sim, realmente tu disseste bem: porque é aí que eu te quero ter. Porque em nenhu

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 67

Que quem não conhece as faculdades de uma alma e a maneira das suas operações, facilmente pode ser enganado na compreensão das palavras espirituais e das operações espirituais; e como uma alma é feita um Deus em graça. Vê portanto, amigo espiritual! Em qual miséria, tal que tu podes ver, nós caímos pelo pecado: e que não é de espantar, portanto, que nós sejamos cegamente e facilmente enganados na compreensão e no entendimento das palavras espirituais e das operações espirituais, – e mais particularmente aqueles que não conhecem as faculdades e os poderes das suas almas e as maneiras das suas operações? Porque sempre que a Memória está ocupada com qualquer objeto corporal, – tivesse ele sido agarrado pelo melhor dentre todos os fins – tu estás no entanto por baixo de ti próprio nessa ocupação ou trabalho, e fora da tua alma. E sempre, quando tu tens o sentimento de que a tua Memória está ocupada com os carateres e subtis estados das faculdades da tua alma nas suas operações e o

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 66

Que quem não conhece as faculdades de uma alma e a maneira das suas operações, facilmente pode ser enganado na compreensão das palavras espirituais e das operações espirituais; e como uma alma é feita um Deus em graça. Vê portanto, amigo espiritual! Em qual miséria, tal que tu podes ver, nós caímos pelo pecado: e que não é de espantar, portanto, que nós sejamos cegamente e facilmente enganados na compreensão e no entendimento das palavras espirituais e das operações espirituais, – e mais particularmente aqueles que não conhecem as faculdades e os poderes das suas almas e as maneiras das suas operações? Porque sempre que a Memória está ocupada com qualquer objeto corporal, – tivesse ele sido agarrado pelo melhor dentre todos os fins – tu estás no entanto por baixo de ti próprio nessa ocupação ou trabalho, e fora da tua alma. E sempre, quando tu tens o sentimento de que a tua Memória está ocupada com os carateres e subtis estados das faculdades da tua alma nas suas operações e o

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 65

Do primeiro dos poderes secundários, de seu nome a Imaginação; e das obras e da obediência desta à Razão, antes do pecado e depois. A Imaginação é um poder pelo qual nós representamos para nós próprios todas as imagens das coisas presentes e ausentes; e em conjunto, ela e a coisa na qual ela obra, estão contidas na Memória. Antes do ser humano ter pecado, a Imaginação era tão obediente à Razão, para com a qual ela é como que uma serva, que ela nunca lhe mandava uma imagem contrafeita de qualquer criatura corporal, nem nenhuma imagem fantástica de qualquer criatura espiritual; mas presentemente não é assim. Porque a menos que ela seja refreada pela luz da graça na Razão, nunca ela deixará, na vigília como no sono, de representar imagens contrafeitas das criaturas corporais, ou então fantasmas, os quais não são nada mais do que representações corporais de coisas espirituais, ou ainda representações espirituais de coisas materiais. O que é sempre fingimento e falsidade, e muito pr

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 64

Das duas outras faculdades principais: a Razão e a Vontade; e da obra destas antes do pecado, e depois. A Razão é o poder pelo qual nós separamos o bem do mal, o mau do pior, o bem do melhor, e o pior do pior, e o melhor do melhor de tudo. Antes do ser humano ter pecado, a Razão poderia por natureza fazer naturalmente toda essa separação. Mas tão cega está ela presentemente, pelo erro do pecado original, que ela não é capaz de realizar essa obra sem ser iluminada pela graça. E em conjunto estas duas, a própria Razão e a coisa na qual ela trabalha, estão compreendidas e contidas na Memória. A Vontade é o poder pelo qual nós escolhemos o bem, depois de ele ter sido discriminado pela Razão; e pelo qual também nós amamos o bem, nós desejamos o bem, e repousamos sem fim com pleno consentimento e contentamento eterno n'Ele. Antes do ser humano ter pecado, não era possível que a Vontade fosse enganada na sua escolha, no seu amor, nem em nenhuma das suas obras. Porque ela possuí

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 63

Dos poderes e faculdades da alma em geral, e como a Memória em particular é uma potência principal, a qual contém nela todas as outras faculdades e todas as coisas sobre as quais elas operam. A Memória é em si própria uma potência de tal forma, que a falar propriamente e duma certa maneira, ela não opera ela própria. Mas a Razão e a Vontade são duas potências operativas, e também o são igualmente a Imaginação e a Sensibilidade. Todas as quatro faculdades e as suas obras, a Memória as contém e as compreende nela própria. Mas de outra forma não poderíamos dizer que a Memória opera, se não fosse que uma tal compreensão seja uma obra e uma operação. Daí segue-se que eu chamo a certos poderes a alma, a uns principais e a outros secundários. Não porque uma alma seja divisível, visto que ela não o pode ser: mas porque todas essas coisas nas quais ela opera são divisíveis, certas sendo principais como coisas todas espirituais, certas outras sendo secundárias como coisas todas corpora

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 62

Como um ser humano deve conhecer quando a sua obra espiritual está por baixo dele ou sem ele, e quando ela está com ele ou nele, e quando ela está por cima dele e por baixo do seu Deus. E para isso, para que tu sejas capaz de melhor saber como devem ser concebidas espiritualmente essas palavras que são ditas corporalmente, eu pensei em dar-te os significados espirituais de certas palavras que pertencem à obra espiritual. Por forma a que tu possas saber claramente e sem erro quando a tua obra está por baixo de ti e sem ti, quando ela está contigo e ainda dentro de ti, e quando ela está por cima de ti e por baixo do teu Deus. Todos os tipos de coisas corporais estão por fora da tua alma e por baixo dela por natureza, sim! e mesmo o sol e a lua e as estrelas todas, apesar delas estarem por cima do teu corpo, no entanto elas estão por baixo da tua alma. Todos os anjos e todas as almas, apesar de confirmadas e ornamentadas pela graça e pelas virtudes, e por isso acima de ti em pu

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 61

Que todas as coisas corporais estão submetidas e obedecem às espirituais, pelas quais elas são comandadas no curso natural, e de forma nenhuma o contrário. No entanto, há alguma utilidade em elevar os nossos olhos e as nossas mãos corporalmente para o céu corporal ao qual os astros estão agarrados. Eu quero dizer, se nós formos treinados para isso pela obra do nosso espírito, e não de outra forma. Porque todas as coisas corporais estão submetidas às coisas espirituais, e a partir delas reguladas e comandadas, e de forma nenhuma o contrário. Pode ver-se um exemplo disso na ascensão de nosso Senhor: porque quando o tempo determinado chegou, em que foi conveniente que Ele regressasse para o Seu Pai corporalmente na Sua humanidade, a qual humanidade não foi e não será nunca ausente da Sua Divindade, então, Todo-Poderoso, pela virtude do Espírito Santo, a humanidade com o corpo seguiu a Divindade na unidade da Pessoa. A aparência visível da qual, era mais conveniente e era mais ade

Nuvem de Desconhecimento – Capítulos 60 a 69

Que a grande avenida e a mais imediata do céu é percorrida pelos desejos, e não pelos passos da caminhada Que todas as coisas corporais estão submetidas e obedecem às espirituais, pelas quais elas são comandadas no curso natural, e de forma nenhuma o contrário Como um ser humano deve conhecer quando a sua obra espiritual está por baixo dele ou sem ele, e quando ela está com ele ou nele, e quando ela está por cima dele e por baixo do seu Deus Dos poderes e faculdades da alma em geral, e como a Memória em particular é uma potência principal, a qual contém nela todas as outras faculdades e todas as coisas sobre as quais elas operam Das duas outras faculdades principais: a Razão e a Vontade; e da obra destas antes do pecado, e depois Do primeiro dos poderes secundários, de seu nome a Imaginação; e das obras e da obediência desta à Razão, antes do pecado e depois Do outro poder secundário, de seu nome a Sensibilidade; e das obras e da obediência desta à Vontade, antes do pecado e d

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 60

Que a grande avenida e a mais imediata do céu é percorrida pelos desejos, e não pelos passos da caminhada. Mas presentemente, pode acontecer que portanto tu me perguntes como é que isso é (assim), e então como é que se vai até lá? Porque te parece que há prova autêntica e evidente de que o céu está no alto: porque Cristo ascendeu corporalmente para o alto nos ares, e que Ele enviou segundo a Sua promessa, desde o alto corporalmente o Espírito Santo, à vista de todos os Seus discípulos; e tal é a nossa fé. E é por isso que tu pensas e te questionas, porque tu tens essa verdadeira e real evidência, porque é que tu não dirigirias corporalmente para o alto o teu espírito durante o tempo da tua oração. E a isso, eu quero responder-te tanto quanto eu posso na minha fraqueza, e eu digo: visto que Cristo, sendo que era assim, devia fazer ascensão corporal e em seguida enviar corporalmente o Espírito Santo, então era mais conveniente que fosse para o alto na altura em vez de para baixo

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 59

Que um ser humano não deve tirar exemplo da ascensão corporal de Cristo, para tender para o alto a sua imaginação corporal durante o tempo da oração: e que o tempo, o lugar e o corpo, todos os três são para esquecer em todas as obras espirituais. E se agora tu me dizes uma coisa ou a outra, com respeito à ascensão de nosso Senhor, e que, porque ela se fez corporalmente, por isso ela tem um significado tanto corporal quanto espiritual, visto que Ele subiu todo inteiro verdadeiro Deus e verdadeiro homem: a isso eu te responderei que Ele tinha estado morto, e que Ele estava revestido de imortalidade, e que assim nós estaremos todos no Dia do Julgamento. E então nós seremos feitos tão subtilmente em corpo e em alma tudo em conjunto, que nós nos encontraremos tão depressa então com o corpo que nos agradar, tal como nós o somos atualmente em pensamento espiritual; quer seja no alto ou em baixo, de um lado ou do outro, adiante ou atrás, será tudo um e igualmente bom, como o dizem os cl

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 58

Que um ser humano não deve tirar o seu exemplo de são Martinho ou santo Estêvão, para tender para o alto a sua imaginação corporal durante o tempo da oração. Porque o que eles dizem de são Martinho e de santo Estêvão, mesmo se eles tivessem visto essas coisas com os seus olhos corporais, elas não lhes foram mostradas no entanto senão por um milagre e em testemunho de qualquer coisa espiritual. E todos sabem muito bem que o manto de são Martinho não foi de forma nenhuma em substância por cima do corpo de Cristo, visto que Ele não tinha nenhuma necessidade de Se preservar do frio em Se cobrindo: mas por milagre ele estava lá, e em representação daquilo que todos nós somos capazes de ser salvos, e de sermos unidos espiritualmente ao corpo de Cristo. E quem quer que vista um pobre ou faça qualquer outra boa ação pelo amor de Deus, corporalmente ou espiritualmente, a quem tiver necessidade, esse pode estar seguro de que ele o faz espiritualmente ao próprio Cristo: e ele será recompen

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 57

Como tais jovens discípulos presunçosos compreendem mal e desprezam a expressão «para o alto», e das ilusões e erros que daí advêm. Nada mais sobre isto quanto ao presente, mas avancemos na nossa matéria: como esses jovens discípulos espirituais presunçosos desentendem essa outra expressão «para o alto». Porque se acontece que eles próprios leram, ou ouviram ler ou dizer que os seres humanos deveriam elevar os seus corações para Deus, imediatamente eis que eles elevam os olhos para as estrelas como se eles quisessem ir para além da lua, e que esticam as orelhas como se eles fossem ouvir um anjo do céu pôr-se a cantar. Esses seres humanos, na curiosidade da sua imaginação, vão em breve penetrar nos planetas e fazer um furo no firmamento, para o observar dessa forma. Eles vão fazer por eles próprios um Deus à conveniência deles, que eles vão vestir com ricas roupas e sentar sobre um trono também mais sumptuoso do que tudo o que alguma vez foi pintado sobre a terra. Eles vão imag

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 56

Da deceção daqueles que seguem mais a curiosidade do intelecto natural, e mais o ensinamento aprendido na escola dos seres humanos, do que a doutrina comum e o conselho da santa Igreja. Alguns no entanto, apesar de eles não serem enganados no erro que eu aqui coloquei, não abandonam menos a santa doutrina e o conselho da Igreja por curiosidade do espírito pela ordem natural e por erudição livresca e ciência orgulhosa. Esses e todos os seus sectários apoiam-se infinitamente demasiado sobre o seu próprio saber; e visto que eles nunca estão fundados sobre uma vida de virtude e sobre um sentimento de cega humildade, eles merecem por isso mesmo o manter neles um falso sentimento ilusório e concebido pelo inimigo espiritual. O que vai a tal ponto que no fim eles rebentam e blasfemam contra todos os santos, os sacramentos, os estatutos e as ordenações da santa Igreja. Humanos carnais que vivem no mundo, eles pensam que os estatutos da santa Igreja são demasiado duros para eles se emend

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 55

Como estão na ilusão aqueles que, seguindo o ardor do seu espírito, julgam e condenam sem discrição qualquer outro. A certos seres humanos, o Inimigo os enganará desta maneira: Muito maravilhosamente eles inflamam o seu espírito a quererem o respeito e a manutenção da lei de Deus nos outros, e a destruição em todos os outros do pecado. Nunca ele (o Inimigo) os tentará, a esses, por uma coisa manifestamente má: ele (o Inimigo) os fará quererem-se tais como se fossem prelados cheios de zelo a vigiar todos os graus da vida cristã das suas ovelhas, ou como faz um abade com os seus monges. A todos os seres humanos, eles vão repreendê-los pelos seus defeitos e faltas, exatamente como se eles estivessem encarregues e tivessem vigilância das almas deles: e sempre eles pensam, assim fazendo, que eles não fariam nada por Deus, se eles não dissessem aos outros os defeitos deles. Eles afirmam que não são levados a isso senão pelo fogo da caridade e pelo amor de Deus que eles alimentam nos s

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 54

Como é que, pela virtude desta obra, um ser humano é governado na plena sabedoria. E ele se torna perfeitamente decente tanto de corpo como de alma. Quem quer que seja que esteja nesta obra, ele deverá nela ser tido e governado na perfeita decência, tanto no seu corpo como na sua alma; e por todos aqueles que o vêem, ele deverá por isso ser simpaticamente considerado. Se efetivamente o homem ou a mulher menos favorecidos nesse ponto de vista, se eles viessem para esta vida para trabalharem nesta obra, a consideração por eles muito subitamente e graciosamente se encontraria mudada, de tal forma que todos os seres humanos de bem, encontrando-os, se sentiriam felizes e alegres com a companhia deles, e mais, considerariam com a presença desses que eles eram ajudados e assistidos pela graça para se voltarem para Deus. E é por isso que esse dom é obtido por aquele que pode, pela graça, tê-lo: porque quem quer que o possui autenticamente e que o tem na verdade, esse saberá e poderá g

Nuvem de Desconhecimento – Capítulo 53

De diversas práticas incongruentes que seguem aqueles que abandonam a obra que diz este livro. Numerosas e surpreendentes práticas, seguem aqueles que estão na ilusão dessa falsa obra ou qualquer contrafação da mesma, quando estas estão bem afastadas daquilo que fazem aqueles que são verdadeiros discípulos de Deus: porque estes nunca excedem a decência nas suas práticas, tanto corporais quanto espirituais. Mas não se passa o mesmo com aqueles outros. Quem quisesse ou pudesse observá-los, tais e onde eles estão neste momento, supondo que eles tivessem as pálpebras abertas, esse os veria com os olhos fixos como loucos e o olhar em bico como se eles vissem o diabo. E certo, é bom que eles se acautelem, porque o inimigo não está longe, verdadeiramente. Alguns cavilham os seus olhos para dentro da cabeça quais carneiros em vertigem a quem bateram na cabeça, e como se eles fossem morrer na hora. Outros inclinam a cabeça para o lado como se eles tivessem um verme na orelha. Outros gorg