Livro da Vida Perfeita – Estar de guarda


  1. A falsa luz é o diabo, e o diabo é essa luz.
  2. Isto pode ser observado no diabo. Ele acredita ser Deus, ele quer sê-lo e ser tido como tal: em tudo isto ele se engana, e tão profundamente que ele pensa não se enganar. Passa-se o mesmo com a falsa luz, com o seu amor e com a sua vida.
  3. O diabo gostaria de enganar todos os seres humanos, puxá-los para ele e para o seu e torná-los semelhantes a ele, e ele dispões para esse efeito de bastantes artifícios e artimanhas. Passa-se o mesmo com a falsa luz. E como ninguém será capaz de mudar o diabo, ninguém será capaz de mudar essa luz.
  4. Tudo isto vem do diabo e da natureza acreditarem que eles não podem ser enganados e que eles estão na melhor via.
  5. Esse é o mais perverso e o mais prejudicial dos enganos. O diabo e a natureza são portanto um: quem venceu a natureza também venceu o diabo, e quem não venceu a natureza também não venceu o diabo.
  6. Quer nos viremos para a vida mundana (a natureza) quer para a vida espiritual (o diabo), ficamos então nesse duplo engano: somos enganados, e enganamos os outros por sua vez, tanto quanto podemos...
  7. Pelo que acabamos de dizer, podemos compreender e conhecer melhor ainda que não há diferenças quando falamos de «Adão», de «desobediência» ou de «ser humano velho», de «amor próprio», de «vontade própria» ou de «obstinação em si», de «egoísmo», do «eu» ou do «meu», de «natureza» ou de «falsa luz», do «diabo» ou do «pecado».
  8. Tudo isto é uma única e mesma coisa: tudo isto é contra Deus e sem Deus.

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