Livro da Vida Perfeita – O amor da vida nobre


  1. Nessa luz e nesse amor, ama-se todo o bem no Um e enquanto Um; ama-se o Um em tudo e em todos os bens: é por isso que se deve amar aí tudo o que se pode verdadeiramente chamar «bom» como a virtude, a ordem, a sabedoria, a justiça, a verdade, etc.
  2. Tudo o que pertence a Deus e ao Bem verdadeiro é aí amado e louvado. Mas tudo o que lhes é contrário e estranho é aí doloroso e penoso, e sentido como sendo pecado – e é, na verdade, pecado.
  3. O ser humano que vive na verdadeira luz e no verdadeiro amor vive a vida mais nobre, a melhor e a mais digna que já alguma vez existiu e que alguma vez existirá.
  4. Essa vida deve ser amada e louvada mais que qualquer outra vida.
  5. Ela estava – e ela está – em Cristo na sua maior perfeição: e sem ela ele não teria sido Cristo.
  6. E esse amor, que ama essa vida nobre e todo o bem, faz com que realizemos e suportemos voluntariamente e de bom coração tudo o que temos que suportar, que realizar e tudo o que se deve produzir, por necessidade ou por obrigação – tão penoso quanto isso possa ser à natureza.
  7. É por isso que Jesus diz: «O meu jugo é suave e o meu fardo ligeiro» (Mt 10, 30). É o efeito do amor, que ama essa vida nobre.
  8. Podemos ver isto nos apóstolos e nos mártires: eles suportaram voluntariamente e de bom coração aquilo que eles tinham que suportar. Eles não pediram a Deus para abreviar, aligeirar ou diminuir os seus sofrimentos e as suas penas, mas apenas para se manterem firmes e constantes.

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