Livro da Vida Perfeita – Os erros da falsa luz
- Vejam como esta falsa luz se engana em primeiro lugar: ela não quer e não escolhe o Bem como Bem e porque ele é o Bem, mas ela quer-se e escolhe-se e o seu como o que é Melhor.
- Isso é falso e constitui o seu primeiro erro.
- Igualmente, ela crê ser aquilo que ela não é: ela imagina ser Deus, quando ela é natureza.
- Imaginando ser Deus, ela apropria-se do que é de Deus: não apenas o que é de Deus quando ele é ser humano ou dentro de um ser humano santificado, mas também o que é de Deus e Lhe pertence enquanto Deus eterno e incriado.
- Diz-se: «Deus não tem necessidade, Ele não tem necessidade de nada. Ele é livre, ocioso, vazio e para lá de todas as coisas, etc. Ele é imóvel e não se apropria de nada. Ele não tem consciência e tudo aquilo que Ele faz é bem feito.»
- Tudo isto é inteiramente verdadeiro.
- Mas a falsa luz diz por sua vez: «Eis como eu quero ser, eu também! Quanto mais se é semelhante a Deus, melhor se é. Eu quero portanto ser semelhante a Deus, eu quero mesmo ser Deus! Eu quero estar sentada ao lado Dele e ser como Ele.»
- Lúcifer – o diabo – fez a mesma coisa...
- Certo, na eternidade, Deus está sem esforço, sem sofrimento, sem aflição. Nada daquilo que é ou se produz Lhe é difícil ou doloroso. Mas é doutra forma quando Deus é ser humano ou dentro de um ser humano santificado.
- Numa palavra: esta falsa luz engana tudo o que pode ser enganado.
- E visto que ela engana tudo o que pode ser enganado – todas as criaturas, a natureza e tudo o que não é divino ou o próprio Deus –, é possível que esta falsa luz, sendo ela própria natureza, seja enganada.
- É por isso que ela é enganada e se engana a ela própria.
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