Livro da Vida Perfeita – Não esperar recompensas


  1. «Se o ser humano não consegue obter nada de útil ao seguir a vida de Cristo, o que é que o retêm de a descartar?» Responde-se aqui à questão que foi colocada mais acima (ver A natureza e a graça).
  2. Não se segue a vida de Cristo para atingir um fim, nem para obter qualquer coisa de útil, mas por amor à nobreza, e porque ela é amada e apreciada por Deus.
  3. Aquele que diz ou pensa que não precisa mais dela ou que pode abandoná-la, nunca a saboreou nem a conheceu. Porque, quando ela foi verdadeiramente encontrada e saboreada, não se pode mais abandoná-la.
  4. Aquele que segue a vida de Cristo para atingir ou merecer uma recompensa, age como um mercenário e não por amor.
  5. Ele não a seguiu mesmo de todo: porque aquele que não a segue por amor, não a pode seguir.
  6. Ele pode imaginar que a segue, mas ele engana-se.
  7. Cristo viveu a sua vida por amor, e não para uma recompensa.
  8. O amor torna a vida leve e sem preocupações. Ele faz amá-la e suportá-la voluntariamente. Mas aquele que não a vive por amor, mas crê vivê-la para uma recompensa, ele encontra-a pesada e deseja desembaraçar-se dela.
  9. É próprio de todos os mercenários o desejarem o fim do seu trabalho. Mas aquele que ama verdadeiramente não é oprimido nem pelo trabalho, nem pelo tempo, nem pelo sofrimento.
  10. É por isso que está escrito: «Servir Deus, e viver para Ele, é fácil para quem O serve e vive para Ele.»
  11. Isto é verdadeiro para aquele que age por amor, mas aquele que age para uma recompensa considera isto difícil.
  12. Passa-se o mesmo com todas as virtudes, com todas as boas ações, mas também com as regras, as convenções, etc.

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