Mestre Eckhart – Esta é a vida eterna 3
- Vejam: o ser humano que é assim um Filho toma o seu movimento e a sua operação, e tudo aquilo que toma, no seu ser próprio.
- O Filho do seu Pai, deve o seu ser, o ser da eternidade, ao Pai, mas o seu ter, deve-o a si próprio.
- Com efeito, no seu ser e na sua natureza ele é um com o Pai.
- Eis porque o ser e a essência estão totalmente nele, tal como está dito: «Pai, como eu e Tu somos um, eu quero que eles sejam um.»
- E assim, da mesma forma que o Filho é um com o Pai, segundo o ser e segundo a natureza, tu és um com Ele, segundo o ser e segundo a natureza, e tu o tens todo em ti, como o Pai o tem em si; tu não o tens de Deus em vassalagem, porque Deus é o teu bem próprio.
- Em consequência, aquilo que tu assumes, tu o assumes no teu bem próprio, e as obras que tu não assumes no teu bem próprio, essas obras estão todas mortas diante de Deus.
- São as obras para as quais tu és movido para fora de ti por causas estrangeiras, elas não saem da vida, é por isso que estão mortas, porque só vive uma coisa que se move por si própria.
- Se portanto as obras do ser humano devem viver, é preciso que elas provenham do seu ser próprio, não de coisas estrangeiras nem fora dele, mas dele. 1
Notas
- O ser humano deve viver dessa parte dele próprio.
Transformado no Filho com o Verbo eterno, ele possui Deus em si próprio.
A partir do seu interior ele realiza todas as suas obras; aquelas que são movidas por causas estrangeiras são todas mortas. [ ↑ ]
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