Mestre Eckhart – Esta é a vida eterna 3


  1. Vejam: o ser humano que é assim um Filho toma o seu movimento e a sua operação, e tudo aquilo que toma, no seu ser próprio.
  2. O Filho do seu Pai, deve o seu ser, o ser da eternidade, ao Pai, mas o seu ter, deve-o a si próprio.
  3. Com efeito, no seu ser e na sua natureza ele é um com o Pai.
  4. Eis porque o ser e a essência estão totalmente nele, tal como está dito: «Pai, como eu e Tu somos um, eu quero que eles sejam um.»
  5. E assim, da mesma forma que o Filho é um com o Pai, segundo o ser e segundo a natureza, tu és um com Ele, segundo o ser e segundo a natureza, e tu o tens todo em ti, como o Pai o tem em si; tu não o tens de Deus em vassalagem, porque Deus é o teu bem próprio.
  6. Em consequência, aquilo que tu assumes, tu o assumes no teu bem próprio, e as obras que tu não assumes no teu bem próprio, essas obras estão todas mortas diante de Deus.
  7. São as obras para as quais tu és movido para fora de ti por causas estrangeiras, elas não saem da vida, é por isso que estão mortas, porque só vive uma coisa que se move por si própria.
  8. Se portanto as obras do ser humano devem viver, é preciso que elas provenham do seu ser próprio, não de coisas estrangeiras nem fora dele, mas dele. 1

Notas
  1. O ser humano deve viver dessa parte dele próprio.

    Transformado no Filho com o Verbo eterno, ele possui Deus em si próprio.

    A partir do seu interior ele realiza todas as suas obras; aquelas que são movidas por causas estrangeiras são todas mortas. [  ]


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