Mestre Eckhart – Nesse tempo, o anjo Gabriel foi enviado 3
- São Paulo diz: «Na plenitude do tempo, Deus enviou o seu filho.»
- Santo Agostinho explica o que é «a plenitude do tempo».
- «Quando não há mais tempo, é a "plenitude do tempo".»
- Assim, o dia é realizado quando já não há mais nada do dia.
- É absolutamente verdadeiro: todo o tempo deve ter desaparecido quando começa esse nascimento, porque nada entrava tanto esse nascimento como o tempo e a criatura.
- É uma verdade certa que o tempo não pode ter contato com Deus, e com a alma, devido à natureza deles.
- Se a alma pudesse ser tocada pelo tempo, ela não seria a alma, e se Deus pudesse ser tocado pelo tempo, Ele não seria Deus.
- Mas se o tempo pudesse tocar na alma, Deus nunca poderia nascer nela, e ela nunca poderia nascer em Deus.
- Para que Deus nasça na alma, todo o tempo deve ter desaparecido, ela deve ter escapado ao tempo pela vontade ou pelo desejo. 1
Notas
- Eckhart cita então a epístola de São Paulo aos Gálatas (4, 4), sobre «a plenitude do tempo», para tentar fazer-se compreender.
Nada entrava esse nascimento como o tempo.
Nem Deus, nem a alma, podem estar submetidos à duração e à sucessão, quer dizer, à criatura.
Para que o Filho de Deus nasça na alma, é preciso portanto que esta escape ao tempo «pela vontade ou pelo desejo.» [ ↑ ]
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