Mestre Eckhart – Como uma estrela da manhã 11

  1. «Como uma estrela da manhã no meio do nevoeiro.»
  2. Considero a pequena palavra «quasi», quer dizer «como»; na escola, as crianças chamam-lhe um advérbio.
  3. É o que eu tenho em vista em todos os meus sermões.
  4. O que se pode dizer que convenha melhor, é Verbo e Verdade.
  5. Deus chamou-se, a ele próprio, Verbo.
  6. São João diz: «No princípio era o Verbo», e ele indica com isto que nós devemos ser um advérbio ao lado do Verbo.1
  7. Do mesmo modo, a estrela livre segundo a qual é chamada a sexta-feira, Vénus: tem muitos nomes.
  8. Quando ela precede o sol e se levanta antes do sol, ela chama-se estrela da manhã; quando ela segue o sol, de modo que o sol se põe antes dela, chamamos-lhe estrela da noite; às vezes o seu percurso faz-se acima do sol, às vezes abaixo do sol.
  9. Mais que todas as estrelas, ela está sempre igualmente próxima do sol; ela nunca está nem mais afastada nem mais próxima dele; ela significa assim que um ser humano que queira lá chegar deve estar sempre próximo de Deus, estar na sua presença, de modo que nada o possa afastar de Deus, nem felicidade, nem desgraça, nem nenhuma criatura.2

Notas

  1. O mestre retoma os termos do seu texto: Como uma estrela da manhã. A pequena palavra «quasi» a que as crianças chamam na escola um advérbio, Eckhart diz-nos aqui que ele a tem em vista em todos os seus sermões: o ser humano deve ser com efeito um ad-vérbio ao Verbo. [  ]
  2. Outra comparação: o ser humano deve estar sempre presente a Deus como a estrela Vénus segue de manhã e à noite o sol no seu curso, «como uma lua cheia nos seus dias, quanto mais ela se afasta do sol, mais ela decresce». [  ]
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