Livro da Vida Perfeita - Manifestar a Verdade
- Eis no entanto que chega um "Adão" - ou um "diabo"... Tentando justificar-se ou encontrar uma desculpa, ele diz assim: «Cristo era, pelo que se diz, livre de qualquer eu e de qualquer amor próprio, etc. Ora é com muita frequência que ele fala de si próprio e que ele se glorifica disto ou daquilo!»
- Quando a Verdade quer ou realiza qualquer coisa, a sua vontade, o seu desejo e a sua ação não têm outro fim para além de fazer conhecer e compreender a Verdade.
- Era assim com Cristo: as suas palavras e os seus atos não tinham outro fim. E o que era o melhor e o mais útil e o que acontecia para esse fim, ele permanecia livre disso como de tudo o mais que pudesse acontecer.
- «Mas, dirás tu, havia então em Cristo um "porquê"?»
- Se tu perguntasses ao sol: «Porque é que tu brilhas?», ele responderia: «Tenho que brilhar, não posso fazer de outra forma. É a minha natureza e fazer isto é próprio de mim. Mas dessa propriedade e desse brilho eu permaneço livre.»
- Passa-se o mesmo com Deus e com Cristo. Tudo o que é divino, tudo o que pertence a Deus, não quer, não realiza e não deseja nada mais para além do Bem e pelo amor do Bem, sem outro "porquê".
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