Livro da Vida Perfeita - Necessidade das regras e instruções
- Nesta pobreza e nesta humildade espirituais, apercebemo-nos de que todos os seres humanos estão fechados neles próprios.
- Compreendemos que eles estão voltados para o vício e a maldade.
- É por isso que é necessário e útil que existam regras, instruções, leis e mandamentos, afim de instruir aqueles que são cegos, e de constranger à obediência aqueles que são maus.
- Sem essas instruções e regras, os seres humanos seriam muito mais maus e mais desobedientes que os cães e os outros animais.
- Graças a elas, em contrapartida, mais do que um já foi atraído e conduzido para a Verdade, que não teria chegado lá se elas não existissem.
- E são pouco numerosos, aqueles que atingiram a Verdade sem terem começado por essas práticas, quando eles não conheciam nada mais ou nada melhor.
- É por isso que o ser humano que vive na pobreza e na humildade espirituais não despreza nem escarnece das leis, dos mandamentos, das regras, das instruções, assim como daqueles que as respeitam e se ocupam delas.
- Mas, numa misericórdia cheia de amor, e numa compaixão cheia de piedade, ele diz então: «Deus da verdade, é uma miséria para nós - tal como deve ser também para Ti - que a cegueira, o vício e a maldade das pessoas tornem necessário e indispensável aquilo que, na verdade, não é de modo nenhuma necessário.»
- Ele deseja que os seres humanos, que não conhecem nada mais ou nada melhor que essas leis e essas regras para chegarem à Verdade, saibam e conheçam porque é que elas devem existir. E ele observa-as e pratica-as junto com eles, afim de os afastar das coisas más e de os conduzir para o Bem.
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