Imitação de Cristo - 2.5. Da consideração de si próprio
- Nós não devemos contar muito conosco próprios, porque geralmente faltam-nos a graça e o julgamento.
- Nós temos em nós pouca luz, e essa pouca, é fácil de perder por negligência.
- Geralmente não nos apercebemos de quanta é a cegueira da nossa alma.
- Às más ações, geralmente damos ainda piores desculpas.
- Por vezes somos movidos pela paixão, e acreditamos que somos movidos pelo zelo.
- Nós expomos pequenas faltas nos outros, e permitimos a nós próprios outras faltas ainda maiores.
- Nós sentimos rapidamente e pesamos o que sofremos dos outros; mas acerca de tudo o que os outros têm que sofrer de nós, nem sequer pensamos nisso.
- Quem se julgasse equitativamente a si próprio, sentiria que não tem direito de julgar ninguém severamente.
- A pessoa interior prefere o cuidado consigo própria, a todos os outros cuidados: e quando estamos atentos a nós próprios, calamo-nos com facilidade sobre os outros.
- Tu nunca serás uma pessoa interior e verdadeiramente devota, se não guardares o silêncio sobre aquilo que não te diz respeito, e se não te ocupares principalmente de ti próprio.
- Se só tiveres Deus e a ti próprio em vista, serás pouco afetado por aquilo que te aperceberes no exterior.
- Onde estás quando não estás presente a ti próprio? E o que te fica de teres percorrido tudo, e de te teres esquecido de ti?
- Se queres ter a paz e estar verdadeiramente unido a Deus, deixa tudo o resto, e pensa apenas em ti.
- Tu farás grandes progressos se te desprenderes de todos os cuidados do mundo.
- Tu ficarás, pelo contrário, rapidamente cansado, se deres algum valor ao que só é deste mundo.
- Que não haja nada de grande aos teus olhos, de elevado, de suave, de amável, sem ser Deus, ou o que vem de Deus.
- Considera como uma pura vaidade toda a consolação que assenta na criatura.
- A alma que ama Deus despreza tudo o que está abaixo de Deus.
- Só Deus, eterno, imenso e ocupando tudo, é a consolação da alma e a verdadeira alegria do coração.
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