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A mostrar mensagens de fevereiro, 2010

Livro da Vida Perfeita - O homem novo

Fala-se de um homem que é «velho» e de um outro que é «novo». Vê! O «homem velho» é Adão: a desobediência, o eu, o amor próprio, etc. O «homem novo» é Cristo: a obediência. Quando se fala de «morrer» ou de «perecer», etc., isso quer dizer que o «homem velho» deve tornar-se nada. Quando isso se produz na luz verdadeira, que é a luz divina, então nasce o «homem novo». Diz-se que o ser humano deve «morrer a si próprio»: isso quer dizer que o eu e o amor próprio humanos devem ser anulados. É o que diz São Paulo: « Dispam-se do homem velho e das suas obras, e revistam-se dum homem novo, criado e formado segundo Deus » (Ef 4, 22-24). Aquele que vive no amor próprio, segundo o homem velho, chamam-lhe, e é verdadeiramente, «filho de Adão». Ele pode viver aí tão inteiramente, tão profundamente que se torne mesmo filho e irmão do diabo. Pelo contrário, aquele que vive na obediência, segundo o homem novo, é «irmão de Cristo» e «criança de Deus». Vê: quando morre o homem velho e

Imitação de Cristo - 1.23. Da meditação da morte

Bem depressa vão acabar os teus dias aqui em baixo; vê portanto em que estado estás. As pessoas existem hoje, e amanhã já desapareceram. E quando desaparecem da vista, rapidamente desaparecem da lembrança. Ó estupidez e dureza do coração humano, que só pensa no presente e não providencia o futuro! Em todas as tuas ações, em todos os teus pensamentos, tu devias estar como se fosses morrer hoje. Se tu tivesses uma boa consciência, temerias pouco a morte. Vale mais evitar o pecado que fugir da morte. Se hoje tu não estás pronto, como estarás amanhã? Amanhã é um dia incerto: e como sabes tu que terás um amanhã? De que te serve viver muito tempo, se te corriges tão pouco? Ah! uma vida longa nem sempre nos corrige; muitas vezes antes aumenta os nossos pecados. Oxalá tivéssemos vivido neste mundo um único dia! Vários contam os anos da sua conversão; mas muitas vezes, como mudaram pouco, e como esses anos foram estéreis! Se é terrível morrer, talvez seja mais perigos

Livro da Vida Perfeita - A humanidade de Cristo

O ser humano foi criado - é criado - para a verdadeira obediência. Ele deve-a a Deus. A obediência está caída e morta em Adão, ela reergueu-se e regressou à vida em Cristo. A desobediência elevou-se e venceu em Adão, ela está morta em Cristo. Sim, a humanidade de Cristo era, e permaneceu, livre de si própria e de todas as coisas, como nunca o foi nenhuma criatura. Ela era apenas uma casa e uma residência para Deus. Ela não se apropriava de nada daquilo que pertence a Deus, nem de nada daquilo que ela própria era e vivia - e que era apenas uma residência de Deus. Ela não se apropriava de nada da própria Divindade, de nada daquilo que a própria Divindade queria, fazia ou deixava nela, nem de nada daquilo que se produzia nela própria ou daquilo que ela devia suportar. Ela não se apropriava de nada, não procurava nada, não desejava nada a não ser satisfazer a Divindade. E ela não se apropriava nem mesmo desse desejo. Não se pode escrever mais nada, não se pode dizer mais

Imitação de Cristo - 1.22. Da consideração da miséria humana

Em qualquer sítio onde tu estejas, para qualquer lado que tu te voltes, tu serás sempre miserável se não te voltares para Deus. Porque é que tu te perturbas porque nada acontece como desejas, e como queres? A quem é que tudo sucede segundo a sua vontade? Nem a ti, nem a mim, nem a nenhuma pessoa sobre a terra. Ninguém neste mundo, seja rei ou papa, está isento de angústias e de tribulações. De quem é então a melhor parte? Daquele, decerto, que sabe sofrer alguma coisa por Deus. Na sua fraqueza e pouca luz, vários dizem: Como esta pessoa tem uma vida feliz! como é rica, grande, poderosa, elevada! Mas considera os bens do céu, e verás que todos esses bens temporais não são nada; que sempre muito incertos, são mais um peso que fatiga, porque nunca podem ser possuídos sem desconfiança e sem temor. Ter em abundância os bens temporais, não é essa a felicidade do ser humano: a mediania chega-lhe. É verdadeiramente uma grande miséria viver sobre a terra. Quanto mais uma pess

Livro da Vida Perfeita - A verdadeira obediência

Tudo aquilo que caiu e morreu em Adão, se reergueu e regressou à vida em Cristo. Tudo aquilo que em Adão se ergueu e veio à vida, caiu e morreu em Cristo. « Mas "aquilo", o que era aquilo, o que é aquilo então? » A verdadeira obediência, e a desobediência. « Mas o que é a "verdadeira obediência"? » O ser humano deve estar e permanecer livre de si próprio, quer dizer do eu e do amor próprio. De forma que em todas as coisas ele se procure e se considere tão pouco, a si próprio e ao que é seu, como se ele não fosse nada. Ele deve sentir a sua existência como tão coisa pouca, que ele deve considerar, a si próprio e ao que é seu, por tão pouco como se ele não existisse. E da mesma forma com todas as criaturas. « O que é que então existe verdadeiramente e que é preciso ter em estima? » Apenas o Um - a que se chama «Deus». Vê, é essa a «verdadeira obediência» e passa-se o mesmo na bem-aventurada eternidade. Lá só se procura, lá só se considera, lá só am

Imitação de Cristo - 1.21. Da compunção do coração

Se tu queres fazer algum progresso, conserva-te no temor de Deus e não sejas demasiado livre; mas submete os teus sentidos a uma disciplina severa, e não te entregues às alegrias insensatas. Dispõe o teu coração para a compunção, e encontrarás a verdadeira piedade. A compunção produz muito bem, que perdemos rapidamente quando nos abandonamos aos vãos movimentos do nosso coração. Custa a crer que um ser humano possa nesta vida repousar plenamente na sua alegria, quando considera o seu exílio, e a quantos perigos está exposta a sua alma! Por causa da ligeireza do nosso coração, e do esquecimento dos nossos defeitos, nós não sentimos os males da nossa alma, e muitas vezes rimos em vão quando antes devíamos chorar. Não há verdadeira liberdade, nem alegria sólida, fora do temor de Deus, e da boa consciência. Feliz daquele que pode afastar tudo o que o distrai e impede, para se recolher completamente na santa compunção. Feliz aquele que rejeita tudo o que pode sujar ou pesar n

Livro da Vida Perfeita - Deixar Deus agir

« Há seres humanos neste mundo, diz Tauler, que se querem demasiado cedo libertar das imagens, sem esperarem que a própria verdade os liberte . « Porque se quiseram libertar a si próprios, eles não esperarão pela verdade, ou apenas com grande dificuldade .» É por isso que é preciso estar sempre com atenção às obras de Deus, às suas ordens, aos seus desejos e aos seus pedidos: não às obras, às ordens e aos pedidos dos humanos. É preciso saber que nenhuma pessoa pode ser iluminada antes de ser purificada, reformada, liberta. Da mesma forma, nenhuma pessoa se pode unir a Deus antes de ser iluminada. Há portanto três caminhos para chegar a Deus: - Primeiro, a purificação. - Em segundo lugar, a iluminação. - Finalmente, a união. [ Anterior ] [ Índice ] [ Seguinte ] Início » Espiritualidade » Vida Perfeita » Os três caminhos » Deixar Deus agir

Imitação de Cristo - 1.20. Do amor da solidão e do silêncio

Procura um tempo apropriado para cuidares de ti, e pensa com frequência nos benefícios de Deus. Deixa aquilo que só serve para alimentar a curiosidade. Lê antes aquilo que toca o coração, do que aquilo que diverte o espírito. Corta as conversas supérfluas, e os passeios inúteis; fecha os ouvidos aos ruídos vãos do mundo, e encontrarás tempo livre suficiente para as santas meditações. Os maiores santos evitavam, tanto quanto lhes era possível, o convívio com os humanos e preferiam viver em segredo com Deus. Um antigo disse: « Sempre que estive na companhia dos homens, regressei menos homem do que era. » (Séneca, Epístolas 7). É o que sentimos frequentemente quando nos entregamos a longas conversas. É mais fácil calarmo-nos, do que não nos excedermos nas nossas palavras. É mais fácil ficarmos em casa, do que acautelarmo-nos suficientemente fora dela. Portanto, aquele que aspira à vida interior e espiritual deve retirar-se da multidão com Jesus. Ninguém está fora de

Livro da Vida Perfeita - A verdadeira paz

Muitas pessoas queixam-se de não terem nem paz nem quietude, mas muitos infortúnios e provas, muitos abatimentos e sofrimentos. Na verdade, sim! O próprio diabo também teria paz se as coisas corressem sempre segundo a sua vontade e o seu desejo... É por isso que é necessário considerar atentamente e compreender bem o que é esta «paz» que Cristo deixou aos seus discípulos, mesmo no fim, dizendo: « Eu deixo-vos a minha paz, eu dou-vos a minha paz, não aquela que dá o mundo, porque as dádivas do mundo são enganadoras » (Jo 14, 27). De qual «paz» Cristo quer falar? Ele fala da paz interior que afronta e ultrapassa todas as provas e as contrariedades, todas as opressões, as misérias e as infâmias, etc. Da paz que permite permanecer contente e paciente entre elas, como ficaram os discípulos bem-amados, e não apenas eles mas todos os amigos escolhidos de Deus e os verdadeiros imitadores de Cristo. Olha e compreende: aquele que tivesse aqui amor, zelo e ardor poderia aceder ao co

Imitação de Cristo - 1.19. Dos exercícios do bom religioso

A vida do bom religioso deve brilhar com todas as virtudes, de modo que seja no interior igual àquilo que aparenta diante dos outros. E, na verdade, deve ser muito mais perfeito por dentro, do que aquilo que mostra por fora, porque Deus nos observa, e que nós devemos, em toda a parte onde estivermos, reverenciar profundamente e caminhar na sua presença, puros como anjos. Nós devemos renovar diariamente a nossa resolução, devemos nos excitarmos ao fervor, como se a nossa conversão começasse apenas hoje, e dizer: Ajudai-me, Senhor, na minha boa resolução e no vosso santo serviço; concedei-me começar hoje bem, porque aquilo que eu fiz até aqui não é nada. A firmeza da nossa resolução é a medida do nosso progresso, e é necessária uma grande atenção para aquele que quer avançar. Se aquele que toma resoluções enérgicas cai tantas vezes, que será daquele que só as toma raramente ou nunca? Contudo, nós abandonamos as nossas resoluções de várias maneiras, e a menor omissão nos noss

Livro da Vida Perfeita - Dois caminhos bons e seguros

O «inferno» e o «céu» são para o ser humano dois caminhos bons e seguros neste mundo. Feliz daquele que não os perde! Porque o inferno passará, mas o Reino celeste não passará. O ser humano deve observar isto. Quando ele está no inferno, nada o pode consolar. Crê nunca mais poder encontrar libertação nem consolação. Quando ele está no Reino celeste, nada o pode perturbar nem afligir. E crê então nunca poder sentir perturbação nem aflição. E no entanto é possível que depois do inferno encontre a libertação e a consolação, tal como é possível que depois do céu sinta a perturbação e a aflição... O «inferno» e o «céu» vêm ter com o ser humano sem que ele possa saber de onde vêm. Ele não pode, por si próprio, fazer nada nem deixar de fazer nada para que eles venham ou se afastem. Ele não pode, por si próprio, nem dá-los a si nem tirá-los de si, nem os produzir nem os destruir. Como está escrito: « O Espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz (quer dizer tu apercebes-te

Imitação de Cristo - 1.18. Do exemplo dos Santos Padres

Contempla os exemplos dos Santos Padres, nos quais brilhava a verdadeira perfeição da vida religiosa, e verás quão pouco ou quase nada é o que fazemos. Ah! Que é a nossa vida comparada com a deles? Os santos e os amigos de Cristo serviram ao Senhor na fome e na sede, no frio e na nudez, no trabalho e na fadiga, nas vigílias e nos jejuns, nas orações e nas santas meditações, na infinidade de perseguições e de opróbrios. Oh! Que graves tribulações sofreram os apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens e todos quantos quiseram seguir os passos de Cristo! « Odiaram a sua alma neste mundo, para a possuírem na eternidade. » ( João 12, 25) Oh! Que vida austera e mortificada levaram os Santos Padres no deserto! Que contínuas e duras tentações suportaram! Quantas vezes foram atormentados pelo inimigo! Quantas orações fervorosas ofereceram a Deus! Que rigorosas abstinências praticaram! Que zelo e fervor tiveram no seu avanço espiritual! Que guerra fizeram para subjugar as s

Livro da Vida Perfeita - O Reino celeste

Aquele que, deste mundo, desce aos infernos, subirá depois, deste mundo, ao céu. E prova já um antegozo que ultrapassa todos os prazeres, todas as alegrias que podem dar as coisas temporais. Todo o tempo que o ser humano está assim no inferno, ninguém o pode consolar, nem Deus nem as criaturas. Tal como está escrito: « Do inferno, não há libertação. » É disso que falava um homem nestes termos: Perecer, morrer, eu vivo sem consolação. A minha alma e o meu corpo condenados, que ninguém peça a minha libertação! Mas Deus, Ele, não abandona o ser humano no inferno. Deus toma-o para Si de forma que o ser humano não deseja mais nada que o Bem eterno. Reconhece que o Bem eterno é supremamente bom: que faz as suas delícias, a sua paz, a sua alegria, o seu repouso e a sua suficiência. Quando o ser humano cessa de se procurar a si próprio e não deseja mais nada que o Bem eterno, então tudo o que pertence ao Bem eterno - paz, alegria, voluptuosidade, prazer -, tudo isso perten

Imitação de Cristo - 1.17. Da vida religiosa

Tens de aprender a abnegar-te em muitas coisas, se queres manter a paz e a concórdia com os outros. Não é coisa pouca viver num mosteiro ou numa comunidade, de nunca ter uma razão de queixa e de aí perseverar fielmente até à morte. Feliz daquele que, depois de uma vida santa, aí felizmente termina o seu percurso! Se queres permanecer firme e progredir na virtude, considera-te como exilado e estrangeiro sobre a terra. Convém, pelo amor de Cristo, fazeres-te louco segundo o mundo, se queres seguir a vida religiosa. O hábito e a tonsura servem de pouco; é a mudança de costumes e a mortificação completa das paixões que fazem o verdadeiro religioso. Aquele que procura outra coisa que não seja só Deus e a salvação da sua alma, só encontrará tribulação e dor. Também não pode permanecer muito tempo em paz aquele que não procura ser o « último e o servo de todos » ( Marcos 9, 34). Vieste para servir e não para mandar. Sabe que foste chamado para sofrer e trabalhar, e não par

Livro da Vida Perfeita - A descida aos infernos

A alma de Cristo desceu aos infernos antes de subir ao céu. A alma do ser humano deve fazer o mesmo. Observa bem como é que isso se produz. Quando o ser humano se examina e se perscruta a si próprio, considera-se mau e indigno de todo o bem e de toda a consolação que lhe possa vir de Deus ou das criaturas. Não espera nada mais que uma condenação e uma perca eternas, e ainda assim considera-se indigno. Sim, ainda assim considera-se indigno de todo o sofrimento que lhe possa ocorrer no tempo. Considera justo e equitativo que todas as criaturas se oponham a ele e lhe façam penas e sofrer, e ainda assim considera-se indigno. Da mesma forma, considera justo ser condenado por toda a eternidade e servir de capacho a todos os demónios do inferno. E ainda assim considera-se indigno disso. Ele não quer, não pode, desejar a consolação nem a libertação de Deus nem das criaturas e prefere permanecer assim cativo e inconsolado. Ele não deplora a sua condenação e o seu sofrimento. Porqu

Imitação de Cristo - 1.16. Do suportar os defeitos dos outros

Aquilo que o homem não pode corrigir em si mesmo ou nos outros, deve suportá-lo com paciência, até que Deus ordene de outro modo. Considera que talvez seja melhor assim, para provar a tua paciência, sem a qual os teus méritos têm pouco valor. Portanto, deves pedir a Deus que te ajude a vencer esses obstáculos, ou a suportá-los com resignação. Se alguém, depois de uma ou duas advertências, não se emendar, não contendas com ele; antes encomenda o caso a Deus, que sabe tirar o bem do mal, afim que seja feita a sua vontade, e que Ele seja glorificado em todos os seus servidores. Aplica-te a suportar com paciência os defeitos e as imperfeições dos outros, quaisquer que sejam, porque também tens muitas que os outros têm de suportar. Se tu não consegues ser como querias, como pretendes que os outros sejam como tu desejas? Nós gostamos que os outros sejam sem defeitos, mas nós não corrigimos os nosso. Nós queremos que os outros sejam corrigidos com rigor, mas nós não queremos se

Livro da Vida Perfeita - O amor de Deus

É uma pena que o Bem eterno nos chame e nos atraia para o que é mais nobre, e que nós não o queiramos. O que há de mais nobre que a verdadeira pobreza espiritual? Mas quando ela nos é proposta, nós não a queremos. Nós preferimos ser lisonjeados. Quando sentimos em nós a doçura, o prazer e o agrado, parece-nos que tudo está bem e que amamos Deus. Mas quando estamos privados deles, ficamos abatidos: esquecemos Deus, e já achamos que estamos perdidos. É uma verdadeira imperfeição e um mau sinal. Porque um ser humano que ama verdadeiramente, ama tanto Deus - ou o Bem eterno - na possessão como na privação, na doçura como na amargura, numa palavra: em todas as circunstâncias. Que cada um se examine a si próprio neste ponto! [ Anterior ] [ Índice ] [ Seguinte ] Início » Espiritualidade » Vida Perfeita » Amar o melhor » A Libertação » O amor de Deus

Imitação de Cristo - 1.15. Das obras de caridade

Por nenhuma coisa do mundo, nem por amor de nenhuma pessoa, se deve praticar o mal; mas para ajudar um necessitado, algumas vez pode-se omitir uma obra boa, ou substitui-la por outra melhor. Desta maneira, não se perde a obra boa, mas converte-se noutra melhor. A obra exterior, sem a caridade, não vale de nada; mas tudo o que é feito pela caridade, mesmo pequeno ou insignificante que seja, produz frutos abundantes. Porque Deus olha menos para a obra, do que para a intenção com que a fazemos. Faz muito, quem ama muito. Faz muito, quem faz bem o que faz, e faz bem quando subordina a sua vontade ao bem comum. Aquilo que se toma por caridade, muitas vezes não é mais que amor próprio; porque é raro que a inclinação natural, a vontade própria, a esperança da recompensa ou o cálculo de qualquer vantagem particular não influenciem nas nossas ações. Aquele que tem a caridade verdadeira e perfeita, não se procura a si em nada; mas o seu único desejo é que tudo se faça para a glóri