Livro da Vida Perfeita - A mestria
- «É preciso, dizem alguns, abandonar todo o saber, todo o querer, todo o amor, todo o desejo e todo o conhecimento.»
- Isto não significa de modo nenhum que o ser humano não deva ter nenhum conhecimento ou que Deus não deva ser por ele conhecido, amado, querido, desejado, louvado e honrado. Seria um grande mal, e o homem seria então como os animais selvagens ou o gado.
- Bem pelo contrário, o conhecimento do ser humano deve ser tão puro e tão perfeito que nele apareça claramente que esse conhecimento não pertence nem ao homem nem à criatura, mas que é o conhecimento do Eterno, que é o Verbo eterno.
- O ser humano e a criatura desaparecem e não o atribuem a si.
- Quanto menos a criatura se apropria do conhecimento, mais ele se torna perfeito.
- O mesmo se passa com a vontade, com o amor, com o desejo, etc.: quanto menos nos apropriamos deles, mais eles se tornam nobres, puros e divinos; pelo contrário, quanto mais nos apropriamos deles, mais eles se tornam grosseiros, impuros e imperfeitos.
- Vê! É assim que é preciso libertar-se: libertando-se da apropriação.
- É então o mais nobre e o mais puro conhecimento que possa haver dentro do homem, o mais nobre desejo e o mais puro amor. Porque tudo isso é de Deus apenas, e vale mais que seja de Deus do que seja da criatura.
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